Uma mulher procurada pelas autoridades colombianas pelo suposto envenenamento de duas crianças em idade escolar foi retirada do rio Tâmisa após ser vista em perigo. A polícia diz que ela foi resgatada perto de Battersea Bridge, em Londres, e levada ao hospital.
Zulma Guzmán Castro, uma empresária, é acusada na Colômbia de matar dois adolescentes, enviando-lhes como presentes framboesas cobertas de chocolate misturadas com tálio. As mortes desencadearam uma busca internacional no início deste ano e ela foi alvo de um alerta vermelho da Interpol.
A Polícia Metropolitana confirmou que os policiais foram chamados às 6h45 do dia 16 de dezembro, após relatos de uma mulher em dificuldades na ponte.
A força disse que sua Unidade de Polícia Marinha recuperou da água uma mulher de 50 anos às 7h14. Não se acredita que seus ferimentos sejam fatais ou que possam mudar sua vida.
Os investigadores colombianos dizem que o caso se centra nas mortes de Inés de Bedout, 14, e Emilia Forero, 13, que desmaiaram pouco depois de comerem as framboesas de chocolate.
A sobremesa teria sido entregue no apartamento do pai de Inés, Juan de Bedout, em Bogotá, no dia 3 de abril.
As meninas teriam retornado da escola quando o pacote chegou. Relatos locais dizem que primeiro rejeitaram o pacote, acreditando que não esperavam a entrega, mas depois comeram as framboesas.
Quase imediatamente, eles se sentiram mal e foram levados ao hospital Fundación Santa Fe, em Bogotá, onde morreram quatro dias depois.
Testes forenses descobriram que a fruta havia sido injetada com tálio, um metal pesado tóxico, incolor e inodoro que pode ser letal em doses muito pequenas.
Outra menina sofreu ferimentos que mudaram sua vida e o irmão de 21 anos de uma das vítimas também foi hospitalizado após comer as frutas.
Os promotores alegam que Castro usou um serviço de correio para enviar a sobremesa. Eles também acreditam que o ataque pode ter sido motivado por um relacionamento secreto que ele supostamente mantinha com um dos pais das meninas.
A mídia colombiana informou que os detetives também estão investigando a morte anterior de sua esposa, que morreu dois anos antes das meninas, em meio a suspeitas de que ela também possa ter sido envenenada.
Castro deixou a Colômbia em 13 de abril e viajou pela Argentina, Brasil e Espanha antes de chegar ao Reino Unido.
Ela negou todas as acusações contra ela, dizendo que viajou a trabalho e para visitar o filho.
Numa mensagem publicada enquanto fugia, ela disse ter sido acusada injustamente e insistiu: “Quem me conhece sabe que não fugi para lado nenhum. Fui para o Reino Unido por causa do meu filho”.
O aviso vermelho da Interpol emitido no início deste ano parece ter sido levantado. As autoridades colombianas esperam que ela seja deportada assim que puder deixar o hospital.
O pai da vítima Emilia Forero partilhou uma homenagem online naquele que seria o seu 14º aniversário, descrevendo-a como “um excelente ser humano” e dizendo que era “incompreensível” que alguém lhe pudesse ter tirado a vida.