A fundadora e presidente da Fundación Cibervoluntarios Yolanda Rueda disse na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) criação da soberania digital dos cidadãos coloca a tecnologia a serviço das pessoas.
“Nós afirmamos necessidade … ser agentes ativos e protagonistas na construção de um ecossistema digital aberto, transparente, ético, sustentável e inclusivo”, defendeu Rueda esta quarta-feira durante o seu discurso na reunião de alto nível da WSIS+20, uma revisão realizada 20 anos depois da Cimeira Mundial sobre a Sociedade da Informação (WSIS), afirmou a organização em comunicado.
Eles se reúnem nesta WSIS+20 Governos, organizações públicas, empresas, especialistas e jovens de todo o mundo para discutir como deveria ser o desenvolvimento digital global. Este é um momento chave para analisar o que foi bem feito, o que não foi tão bem feito e em que direção seguir.
A Fundación Cibervoluntarios, que desde 2001 ajuda as pessoas a compreender e utilizar a tecnologia para melhorar a sua vida quotidiana e capacitar-se, enfatizou nesta cimeira a importância da sociedade civil participação ativa nos processos de tomada de decisão.
“Queremos e exigimos um lugar à mesa dos cidadãos, espaços onde você pode participar ativamente e onde a nossa voz é fundamental na tomada de decisões importantes em relação ao desenvolvimento, design e uso da tecnologia”, desenvolveu Yolanda Rueda.
O presidente da entidade lembrou que a rede “nasceu aberta, descentralizadacriado para a troca de conhecimento e possibilitou a maior troca de conhecimento da história.
“Reconhecemos que vivemos um momento de mudança de paradigma (…) Se não agirmos, se não formos participantes ativos, essas mesmas ferramentas poderão tornar-se nova forma de controleRueda avisou.
Por isso ele alertou sobre concentração crescente do poder tecnológico em poucas mãos e os riscos que representa para os direitos, a diversidade e a capacidade das sociedades de criar alternativas. Confrontado com isto, defende a apropriação da tecnologia não como propriedade, mas como capacidade de: compreender e utilizar criticamente a tecnologia, proteger a privacidade, exigir o uso ético dos dados e participar na concepção do ecossistema digital.
“A tecnologia pode criar desigualdade ou tornar-se uma alavanca de justiça social. A diferença está nos atores envolvidos. Por isso, nós, representantes da Fundación Cibervoluntarios e cidadãos conectados, preferimos usar a tecnologia e ser participantes ativos”, concluiu.
Declaração Coletiva sobre Soberania Digital Cidadã
A Fundação Cibervoluntarios elogiou, portanto, a Declaração Coletiva de Soberania Digital Cidadã, promovida pela organização como um quadro comum para colocar as pessoas e os seus direitos no centro do desenvolvimento tecnológico. Este é um documento criado a partir de um processo coletivo que envolve mais de 500 pessoas de diferentes países, perfis e níveis de conhecimento digital.
A Declaração identifica dez princípios fundamentais:
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1
Todos têm direito à educação digital gratuita que lhes permita usar a tecnologia de forma responsável e crítica.
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2
Todas as pessoas devem poder aceder, utilizar e controlar as tecnologias necessárias para participar na sociedade moderna.
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3
As tecnologias devem ser desenvolvidas tendo em mente as necessidades humanas, respeitando os direitos e a diversidade cultural.
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4
Criar mecanismos institucionais para a participação cidadã na tomada de decisões sobre a política tecnológica estatal.
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5
As tecnologias devem ser desenvolvidas abertamente para que possam ser adaptadas, melhoradas e reutilizadas.
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6
Desenvolver regulamentos que garantam o acesso à informação pública, a proteção de dados pessoais e a confidencialidade.
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7
Criar legislação tecnológica flexível com mecanismos de atualização flexíveis que protejam os direitos fundamentais.
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8
Os cidadãos devem poder participar ativamente nas decisões sobre o desenvolvimento e a utilização da tecnologia.
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9
Atualização do quadro legislativo para garantir a proteção dos direitos dos cidadãos no ambiente físico-digital.
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10
O desenvolvimento tecnológico deve ser orientado para o bem comum e para a criação de valores sociais partilhados.
Foi preparada uma Declaração Coletiva sobre Soberania Digital Cidadã processo aberto e colaborativoSegundo a organização, que combinou pesquisas quantitativas e qualitativas, sessões de cocriação e debates estruturados entre cidadãos, especialistas, governos, academia e sociedade civil.
Segundo eles, esse trabalho coletivo permitiu que muitas vozes se tornassem história geral e concordar publicamente sobre os princípios que o formulam.