A diretora do Centro Nacional de Inteligência (CNI), Esperanza Castelheiro, e a sua antecessora no cargo, Paz Esteban, negaram esta quinta-feira perante um juiz que o centro espionou Andreu Van den Eynde, advogado de Oriol Junqueras, em 2020, segundo informações desclassificadas pelo Conselho de Ministros, noticia a agência EFE.
Casteleiro como testemunha e Esteban como investigador compareceram esta quinta-feira, através de videoconferência, perante o juiz de instrução número 24 de Barcelona, que investiga denúncias de Van den Eynde e do antigo eurodeputado Jordi Sole de que os seus telemóveis foram espiados pelo software Pegasus.
Esteban, que foi demitida após o escândalo de espionagem em massa do movimento independentista com a Pegasus, se apresenta pela terceira vez, acusando-a de atacar telefones celulares com o malware. Cinco casos estão atualmente sob investigação.
No entanto, Esteban disse ter conhecimento da existência de um relatório pericial que confirmava a presença de um vestígio de Pegasus no telefone de Van den Eynde, bem como de um relatório da Amnistia Internacional afirmando que, na sequência de um pedido ao abrigo da Lei da Transparência, o Ministério do Interior confirmou que as forças de segurança do Estado não possuíam o referido “spyware”, segundo as mesmas fontes jurídicas.
No caso do advogado, não há perito Mossos d’Esquadra, pois o tribunal de Barcelona o rejeitou, mas o perito do Citizen Lab constatou que foi atacado com Pegasus no seu telemóvel em 2020, o que coincidiu com uma reunião por videoconferência com os advogados do julgamento.
Após o anúncio de Casteleiro e Esteban, Iridia lamentou que a CNI continue a não fornecer uma explicação “para um dos maiores casos de espionagem com Pegasus na Europa”, refugiando-se, segundo a agência, num quadro jurídico restritivo que não garante as garantias mínimas exigidas pelos padrões internacionais.