dezembro 20, 2025
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BRUXELAS, 18 (EUROPE PRESS)

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, informou aos chefes de Estado e de governo reunidos na cimeira de Bruxelas esta quinta-feira que a assinatura do acordo de comércio livre entre a UE e o MERCOSUL não será finalizada este sábado, mas será adiada para janeiro do próximo ano, data ainda não determinada.

Isto foi dito durante um jantar em que os líderes se concentraram na geoeconomia e na competitividade da UE, disseram fontes europeias à Europa Press, durante o Conselho Europeu, que não tinha o acordo na agenda, mas a pressão de França e Itália para adiá-lo forçou-o a ser considerado.

Outras fontes comunitárias afirmam que, na falta de uma data específica, os europeus querem que a assinatura aconteça “o mais rapidamente possível”, no “início” de Janeiro.

Os países do Mercosul e a Comissão Europeia, que é a voz dos 27 países em questões comerciais, pretendem assinar o acordo no próximo sábado, 20 de dezembro, à margem da cimeira de Foz de Iguaçu, poucos dias depois de decorrido um ano desde que foi anunciado o fim das negociações em Montevidéu.

No entanto, para que esta assinatura fosse possível e assim permitir a sua entrada provisória em vigor enquanto se aguarda a conclusão do processo de ratificação completo, von der Leyen precisava de um mandato de vinte e sete Estados-Membros, que teve de ser aceite por uma maioria qualificada dos Estados-Membros.

O aviso do Presidente francês Emmanuel Macron de que o acordo na sua forma actual ainda era inaceitável para o seu país complicou a luz verde do mandato, mas ainda não acrescentou a minoria de bloqueio necessária para acabar com o acordo, apesar das reservas de outros parceiros como a Polónia, a Hungria, a Áustria e a Bélgica.

Por fim, foi a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, quem alertou esta quinta-feira que considerava prematuro assinar o pacto, mas estava disposta a fazê-lo mais tarde, quando as reclamações dos agricultores tivessem sido respondidas, o que desequilibrou a balança e atrapalhou a assinatura de sábado.

Na verdade, Lula e Meloni telefonaram nesta quinta-feira para confirmar que as condições para a cerimônia planejada em Iguaçu não foram cumpridas, mas não fecharam a porta para a adoção do pacto comercial no próximo mês.

Entre as chaves para o apoio de Roma estão as garantias acordadas esta semana entre o(s) Conselho(s) e o Parlamento Europeu, que, entre outras coisas, incluem a fiscalização do mercado e medidas para suspender as importações de produtos sensíveis se forem encontradas irregularidades graves para os europeus.

Estas medidas, no entanto, ainda aguardam a aprovação final dos legisladores europeus e poderão não entrar em vigor até janeiro. Um calendário que Macron também apontou ao chegar à cimeira de Bruxelas, pedindo para esperar até vermos as medidas concretizarem-se e outras iniciativas anunciadas por Bruxelas mas ainda não finalizadas, como o reforço dos controlos nas alfândegas, serem desenvolvidas.

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