dezembro 19, 2025
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Nesta quinta-feira, a cidade de Buenos Aires se tornou o epicentro de protestos em massa contra reforma trabalhista promovido pelo governo do presidente Javier Miley no Congresso. Milhares de pessoas reuniram-se na histórica Plaza de Mayo com o propósito de se manifestar contra um projeto que visa alterar as leis trabalhistas. Manifestações também ocorreram em diferentes partes do país.

Refira-se que o lançamento da “modernização do trabalho” representa um dos principais objetivos do governo Milei na segunda metade do seu mandato de quatro anos, iniciado em 10 de dezembro. Entre outras coisas, o novo projeto de lei propõe mudanças nas contratações, cortes salariais, novas regras para sindicatos e ampliação da jornada de trabalho para 12 horas. Após o fim da manifestação desta quinta-feira, o chefe de Estado sofreu um revés no parlamento e a iniciativa, que a Casa Rosada queria aprovar antes do final deste ano, só será discutida em fevereiro.

Em um dia quente em Buenos Aires – onde as temperaturas ultrapassaram os 30°C – vários sindicatos e organizações políticas reuniram-se na cidade para protestar contra o projecto de “modernização laboral” que a Casa Rosada tenta aprovar. Embora a convocação oficial tenha sido feita pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a mobilização contou com o apoio de outros setores da sociedade. O evento central aconteceu às 15h. hora local e consistiu na leitura de um documento dirigido contra a iniciativa do governo.

Do palco, os manifestantes expressaram o desejo de “sair às ruas e lutar pelos direitos da nossa família”. Além disso, anunciaram assim o início de um plano de luta que poderá provocar uma greve geral contra o governo do Presidente Milei nos próximos meses. “Se eles não nos ouvirem, haverá uma greve nacional”, alertaram. Além do protesto em Praça de Maio, Também ocorreram mobilizações em diversos setores do país.

Enquanto a manifestação acontecia na mítica praça de Buenos Aires, no parlamento o partido no poder avançava nas negociações para levar o projeto de lei ao Senado. De referir que a iniciativa governamental propõe alterações ao direito à greve, estabelece a prioridade dos acordos dentro da empresa e limita a hiperactividade dos acordos colectivos de trabalho. Ao mesmo tempo, o texto também visa reduzir verbas rescisórias, ampliar a jornada de trabalho – com aumento de jornada – e introduzir alterações em aspectos salariais.

Fracasso no Congresso

Enquanto os manifestantes fora do Parlamento alertaram para a possibilidade de medidas de fiscalização mais duras, no Congresso o debate legislativo terminou derrota do partido no poder. No final das contas, isto foi reconhecido pela ex-ministra da Segurança, Patricia Bullrich, que atualmente lidera o bloco La Libertad Avanza (LLA).

A falta de acordo sobre alguns pontos centrais do projecto de reforma laboral, que o governo pretendia transformar em lei antes do final deste ano, forçou o adiamento da análise da legislação. Por fim, a iniciativa, que já causou alvoroço nas ruas, só será discutida no Congresso em fevereiro do próximo ano.

Referência