“Eles estão na cidade” este é o nome da exposição inaugurada no Centro de Iniciativas Culturais da Universidade de Sevilha (CICUS), que até 20 de fevereiro de 2026 apresenta as diferentes vertentes do ativismo social realizado por mulheres em diferentes países. … bairros de Sevilha na década de 70.
O curador da exposição é arquiteto e urbanista Reyes Gallegosdiretora do documentário de mesmo nome, situa-se na intersecção da pesquisa acadêmica, da prática cinematográfica e do ativismo local, oferecendo um olhar analítico sobre como as mulheres moldaram a estrutura social da periferia urbana de Sevilha.
O eixo discursivo da exposição passa da arquitetura concreta para a arquitetura social. Eles Estão na Cidade tem como foco a geração de mulheres que ocupou as novas periferias da cidade na década de 1970. Estes ambientes, nascidos de um planeamento urbano que muitas vezes ignorou os aspectos humanos e comunitários, encontraram o seu verdadeiro apoio no trabalho invisível dos seus habitantes.
A exposição destaca o valor de cuidar e lutar pela vizinhança como motores de sobrevivência e coesão. Numa perspectiva de género, vemos como estas mulheres transformaram espaços hostis ou inacabados em comunidades vibrantes. A exposição defende que este registo da história não é apenas um exercício de nostalgia, mas também um importante património cultural para a compreensão da transformação das cidades ao longo dos últimos cinquenta anos.
A exposição, ao contrário de uma exposição estática, apresenta-se como uma exposição de materiais tecnológicos. O visitante poderá acompanhar o percurso de pesquisa que deu origem ao longa-metragem documental homônimo de Gallegos, indicado a seis prêmios Carmen, dois prêmios Asecan, além de um prêmio Arrebato Feroz de Não-Ficção.
A sala contém fotografias tiradas pela própria diretora durante a fase de imersão no entorno, além de documentação e materiais de arquivo, que são vestígios de um processo criativo de longa duração, e são complementados por trabalhos de fotógrafos. Bea Hohenleiter e Ana Cayuela que proporcionam uma perspectiva estética e documental através de fotografias, criação e registo dos protagonistas.
Um dos aspectos mais singulares da exposição é o seu estado de arquivo aberto, pois inclui publicações e documentos que Reyes Gallegos continua a recolher organicamente nas diversas cidades e zonas onde o documentário é exibido. Desta forma, a exposição expande-se em tempo real, tornando-se um mapa vivo da memória periférica que se estende para além do espaço físico da galeria.
Paralelamente a esta exposição, o CICUS celebra dias denominados “Transformação e Encontro”, que começaram no dia 22 de outubro e terminarão com duas sessões nos dias 18 de fevereiro e 15 de abril de 2026. Estas sessões exploram as marcas que o urbanismo contemporâneo deixa na saúde física e mental das mulheres, no ativismo e no género, na cidade e na memória.
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Onde: Centro de Iniciativas Culturais da Universidade de Sevilha. Rua Madre de Deus, 1.
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Datas: De 18 de dezembro de 2025 a 20 de fevereiro de 2026
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Horário de funcionamento: segunda a sexta das 10h00 às 20h00. (às sextas-feiras até às 19h45).
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Acesso: Entrada gratuita até esgotamento do espaço.