dezembro 21, 2025
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Os crimes sexuais apresentam um dos mais sérios desafios probatórios no sistema criminal. A gravidade das acusações, a frequente ausência de testemunhas diretas e a necessidade de proteger possíveis vítimas obrigam os tribunais a analisar cuidadosamente as provas para evitar erros irreparáveis.

Neste contexto, a presunção de inocência e a exigência de um elevado nível de prova tornam-se particularmente relevantes. Isto é evidenciado por uma decisão recente Tribunal Nacionalque absolveu um homem acusado de agredir sexualmente uma menor depois de concluir que os testes não foram suficientes para provar os factos alegados.

A desculpa veio depois confirmado pela Câmara de Apelaçõesque recordou as limitações do controlo das absolvições e a impossibilidade de substituir a avaliação das provas pessoais efectuada em primeira instância, como acontece em qualquer recurso em processo criminal.

O desfecho do caso seguiu o caminho traçado pelo advogado, baseado na identificação de inconsistências na acusação durante o julgamento e no contraste das provas periciais que colocaram em causa a fiabilidade do laudo psiquiátrico original, que anteriormente tinha sido a peça central da acusação.

Origem do procedimento

O procedimento começou no ano 2022após a hospitalização de um menor após tentativa de suicídio por overdose de drogas.

Durante a internação e posterior tratamento psiquiátrico, sua história clínica parecia refletir a existência de possível transtorno de estresse pós-traumático com histórico de abuso infantil.

O recorrente, que já tinha atingido a maioridade nessa altura, afirmou que quando eu tinha oito anosteria sido alvo de alegados toques por parte de um familiar dos seus sogros enquanto a família se encontrava em Portugal, nomeadamente por volta do Natal de 2014.

Com base nesta história, foi apresentada queixa correspondente e instaurado um processo criminal.

Cobrança e solicitação do Ministério Público

O Ministério Público ligou para o que aconteceu crime contínuo de abuso sexual de menorsolicitando uma multa de seis anos de prisãobem como diversas medidas adicionais. Estas incluíram a proibição de abordagem e contacto, a libertação supervisionada pós-condenação e a privação do direito de participar em atividades que envolvam menores.

A acusação baseava-se depoimento do requerente e em relatório inicial do psiquiatra que a trataram após sua internação, sem qualquer prova física, testemunhas diretas ou outros elementos objetivos que sustentassem os fatos relatados.

Provas usadas em tribunal

Durante o processo oral realizado perante Tribunal Nacional Foi realizado um extenso trabalho probatório. As provas foram prestadas pela requerente, pelos seus pais e por vários profissionais médicos, incluindo psiquiatras e psicólogos, que estiveram envolvidos no seu tratamento clínico.

A pedido da defesa A. relatório de perito psicológico independentebem como o depoimento do filho do réu, que forneceu informações relevantes sobre as datas e circunstâncias de sua presença no ambiente familiar.

Este tipo de procedimentos, particularmente complexos do ponto de vista técnico, exigem um elevado grau de especialização da defesa.

Ter advogado especialista em casos de crimes sexuais Adquire peso decisivo neste tipo de procedimento quando o resultado depende de análise criteriosa de depoimentos pessoais e periciais realizados no julgamento.

Contradições reveladas durante o julgamento

Um dos aspectos centrais do veredicto é a avaliação feita pelo tribunal. histórico de acusação. O tribunal aceitou os argumentos da defesa sobre a presença inconsistências temporáriascontradições internas e falta de persistência suficiente na narração dos acontecimentos.

Estas inconsistências foram evidentes ao longo do julgamento, especialmente após o interrogatório e a análise crítica da história realizada durante a recolha de provas, levando o tribunal a concluir que o depoimento não atingiu o nível de fiabilidade necessário para minar a presunção de inocência.

Conforme explicado nesta publicação, advogado criminal encarregado da defesa, Alvaro Escuderoem procedimentos deste tipo exame técnico de evidências e coerência da história Tornam-se cruciais quando a acusação se baseia quase exclusivamente em depoimentos, sem justificação objectiva adicional.

Peso da opinião de especialistas

Juntamente com as contradições observadas nesta história, o Tribunal Nacional reconheceu o significado significativo desta história. conclusão de um exame psicológico praticado durante o julgamento. O Tribunal distinguiu claramente entre o valor clínico de um relatório elaborado num contexto de saúde e o seu valor probatório em um caso criminal.

O perito questionou a confiabilidade do laudo psiquiátrico original incluído no caso e enfatizou que falta de indicadores convincentes isso permitiria estabelecer uma ligação direta entre o estado psicológico do menor e os acontecimentos relatados.

Esta abordagem é especialmente relevante no campo crimes contra a liberdade sexualonde a jurisprudência exige uma análise particularmente rigorosa na ausência de elementos objetivos de confirmação.

Absolvição e sua confirmação em recurso

Levando em consideração o exposto, a Câmara Criminal do Tribunal Nacional concluiu que não foi credenciado que ocorreu uma denúncia de agressão sexual e que um teste foi realizado não prejudica a presunção de inocência acusado. Como resultado, ele ditou absolvição.

O Ministério Público recorreu da decisão, alegando erros na avaliação das provas. No entanto Câmara de Recursos O recurso foi integralmente rejeitado, sendo confirmada a absolvição, expondo na decisão os argumentos apresentados pela defesa em contestação escrita ao recurso interposto.

Este caso mostra que mesmo em procedimentos extremamente complexos, a análise técnica das provas e o devido processo legal são fundamentais para a tomada de decisões de acordo com a lei. Assim, o Tribunal Nacional recorda que a presunção de inocência só pode ser superada por provas convincentes, consistentes e suficientemente verificadas.

Referência