dezembro 22, 2025
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O Estádio Azteca, na Cidade do México, é uma referência inevitável na história das Copas do Mundo. No próximo ano, organizado pelo México, Canadá e Estados Unidos, será o terceiro evento da Copa do Mundo nesta instalação monumental. Já era uma cena México 1970 e de México 1986. Em nenhum outro estádio do planeta acontecem três disputas pelo auge do futebol.

Azteca, inaugurada em 1966, é o território mais majestoso da história do esporte. Testemunhou a magia de Edson Arantes do Nascimento, o “Pelé”, a ascensão de Diego Maradona, o talento de Johan Cruyff e a genialidade tática de Franz Beckenbauer.

Ao longo dos 19 jogos de Copa do Mundo que sediou em sua história, brilharam goleiros como o italiano Dino Zoff, o belga Jean Marie Pfaff e o alemão Tony Schumacher. Michel Platini e os brasileiros Zico e Rivelino brigaram no meio-campo. Diante de arquibancadas intermináveis, Gary Lineker, Gerd Müller e Jorge Burruchaga gritaram gols.

Azteca, localizada no sul da capital mexicana, guarda tantas lembranças, coroações, glórias e polêmicas que é provavelmente a coisa mais próxima de futebol “Alef” área que, segundo termo cunhado por Jorge Luis Borges, centraliza todo o universo do futebol.

Esta é a sexta grande reconstrução

Este templo do beisebol passará pela sexta reforma antes da Copa do Mundo do próximo ano. Construído por arquitetos Pedro Ramirez Vazquez e Rafael Mijares Alcerreca, “Azteca” foi um projeto de um magnata da televisão Emílio Azcárraga Milmoque desde meados da década de 60 procurava o México para sediar a Copa do Mundo, que aconteceria em 1970.

O terreno onde está localizado o estádio fazia parte do antigo ejido de Santa Úrsula. Esta é uma extensão de rocha vulcânica formada como resultado das erupções do vulcão Xitle. Para iniciar a construção, foi necessário explodir 180 milhões de quilos de rocha em uma área de 64 mil metros quadrados. Esses esforços permitiram Em 1962, começaram as obras do estádio.

Sua construção começou em 1962 por ordem do magnata dono da Televisa Emilio Azcaraga Milmo. Para a realização da obra foi necessário explodir 180 milhões de quilos de rocha em uma área de 64 mil metros quadrados. Os arquitetos da obra foram Pedro Ramirez Vazquez e Rafael Mijares Alcerreca.

Ter Empresa de televisão, Grande gerador de conteúdo em espanhol e rede de televisão líder no México e nos Estados Unidos, o estádio que abriga o Club América passou por reformas nas décadas de 1980, 1990 e até mesmo na década de 2000.

O trabalho está progredindo bem

O trabalho atual está em andamento há 18 meses e Ele tem um ritmo de trabalho constante, sete dias por semana. Mais de mil trabalhadores estão envolvidos na construção, cuja tarefa é aumentar a capacidade do Estádio Azteca de 83 mil para 87 mil espectadores. Todo o projeto exigirá um investimento de mais de 3 mil milhões de pesos (150 milhões de euros).

A principal mudança de remodelação visível é que A distância entre o público e o campo de jogo será reduzida. A estas zonas serão acrescentados lugares, como acontece em vários estádios da Europa e dos Estados Unidos, o que aumentará a afluência de pessoas.

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Foram investidos milhões de euros neste projecto de reforma que, entre outras coisas, aumentará a capacidade do Estádio Azteca de 83.000 para 87.000 pessoas.

A colocação de novos assentos avança a bom ritmo, especialmente no nível superior, onde o progresso já ultrapassa os 50%. Em parte das arquibancadas inferiores, ou seja, na zona VIP, o progresso está quase completo.

Outro aspecto importante da reconstrução é nova cabine de imprensa, projetado para acomodar centenas de jornalistas. Este espaço terá melhor visibilidade, maior largura de banda e áreas de trabalho adaptadas à transferência global de dados. Sob as arquibancadas, estão sendo trabalhadas 24 horas por dia em um novo sistema de ventilação e mecanismo de drenagem que ajudará a conter chuvas atingem o sul da Cidade do México todo verão, quando a Copa do Mundo é realizada.

As vias de acesso e saídas do estádio também serão melhoradas, será instalado um sistema de iluminação totalmente atualizado e o circuito de som será totalmente redesenhado.

ABC ganha acesso ao colosso de Santa Úrsula

São duas horas da tarde e Colosso de Santa Úrsula Ele está imerso na tranquilidade do horário de almoço, quando muitos trabalhadores procuram seus assentos ao redor do estádio para se recuperarem antes de retornarem ao seu agitado trabalho.

Por enquanto, apenas dois guindastes permanecem em operação, localizados no que será o gramado da Copa do Mundo – três quartos do campo, para quem sabe – e se estendendo por quase 50 metros até o topo do estádio.

Imagem principal - Obras dentro e fora do Estádio Azteca.
Imagem Secundária 1. Obras dentro e fora do Estádio Azteca.
Imagem Secundária 2. Obras dentro e fora do Estádio Azteca.
Trabalha dentro e fora do Estádio Azteca.
FOTO: ÉDER LÓPEZ AGUILAR

“Buscamos uma reforma abrangente que reúna elementos arquitetônicos, tecnológicos e funcionais para proporcionar ao torcedor a melhor experiência possível, mas que ao mesmo tempo mantenha a essência do estádio”, explica ao ABC. Felix Aguirre, vice-diretor do estádio e atualmente é responsável por supervisionar todos os trabalhos.

Aguirre lembra que os boxes e as áreas de hospitalidade foram deslocados para dar mais espaço aos estandes, e houve um investimento significativo em comunicações para garantir que os clientes tenham acesso à Internet. Paralelamente, o novo estádio será equipado com milhares de metros de telas de LED.

Quanto à grama, onde O Campeonato Mundial começará em seis meses, Aguirre diz que Será plantada uma grama semi-híbrida de altíssima tecnologia o que permitirá preparar o campo para o início de uma partida de futebol em questão de minutos, mesmo após forte chuva, sem grandes atrasos.

“Estamos fazendo a reconstrução pensando no futuro do estádio, claro, temos a Copa do Mundo pela frente, então cumprimos as exigências da FIFA, mas a nossa ideia principal é esta: transformar um dos estados mais icônicos da história do futebol em um dos mais modernos”, comenta o dirigente.

O efeito da reconstrução estende-se para além do estádio. Nos bairros vizinhos de Huipulco, Pedregal del Carrasco e Santa Ursula, a vida cotidiana é dominada por escavadeiras, montes de pedra e areia, caminhões de cimento e guindastes.

A reação dos vizinhos é ambivalente. Roberto Silva, O dono de uma mercearia a duzentos metros do estádio está otimista. “A Copa do Mundo vai trazer muita movimentação de pessoas E isso é muito positivo para o comércio local porque também nos incentiva a nos aprimorarmos, a ter meios eletrônicos de pagamento e até a falar inglês para atender clientes estrangeiros”, disse um comerciante ao meio de comunicação.

Adela Herrero eEm vez disso, ela está preocupada com a possibilidade de que Melhoria do estádio leva à melhoria da área e aumentar demais os preços dos aluguéis. “Esta zona sempre foi um local popular para os trabalhadores, para os operários, para as mulheres que criam os seus filhos sozinhas, e qualquer aumento nas rendas das habitações é um problema”, afirma. Atualmente, alugar um Huipilco custa cerca de 300 euros por mês, mas depois do fenómeno do Mundial foi reportado um aumento de 100%.

Em março: México e Portugal.

O Azteca é um carrossel de memórias inseparáveis ​​da sua próxima inauguração, em março do ano seguinte, no jogo entre México e Portugal. O campo onde Cristiano Ronaldo jogaria no México foi palco de um dos maiores jogos da história da Copa do Mundo de 1970, o chamado “jogo do século” entre Itália e Alemanha, duas potências que empataram em 1 a 1 aos 90 minutos, mas protagonizaram um espetáculo futebolístico na prorrogação com resultado final de 4 a 3 a favor da Azzurra.

No México '86 Maradona marcou dois de seus gols mais memoráveis ​​na mesma partida contra a Inglaterra. da história da Copa do Mundo. Um sem a habilidade das pernas – a “mão de Deus” – e o outro mostrando que o futebol pode ser algo perfeito: avançar do meio de campo, iludir metade do time inglês e marcar um gol diante do arrasado Peter Shilton. O jogo single-player tem polêmicas terrenas e habilidades quase anormais.

Calamaro asteca

Como todo lugar icônico, o estádio precisava ter um hino próprio, e em 2004 ele foi cantado pelo músico argentino Andres Calamaro. “Estadio Azteca” é uma daquelas músicas que se sente mais forte quando se conhece as suas origens, quando se percorre os corredores de um local que deu lugar à letra, se percorre as bancadas e se olha do meio do campo o céu que se tornará a sua nova relva.

É aí que o “Gigante” para o qual Calamaro canta aparece em toda a extensão da sua história, que se cristaliza numa máxima pronunciada entre a melancolia e a nostalgia: “Dizem que há algo bom/ruim/dizem que há mais ou menos/dizem que há algo para se ter e muitos de nós não temos

Referência