dezembro 23, 2025
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As duas companhias aéreas com maior demanda no México não conseguem decolar. Segundo comunicado, a Volaris e a VivaAerobus anunciaram um acordo para a criação de um grupo aéreo mexicano com o objetivo de aumentar as viagens aéreas de baixo custo e fornecer conectividade em território nacional e internacional. A fusão, que permanecerá sob o nome de Grupo Más Flights, não significa que se tornarão uma marca única; cada um deles conduzirá suas atividades separadamente. No entanto, a presidente Claudia Schoenbaum disse esta segunda-feira que a aliança será analisada pela Comissão Nacional Antitrust para determinar a sua viabilidade ao abrigo da lei da concorrência económica. Essas duas companhias aéreas respondem por 70% do tráfego doméstico de passageiros do país.

“Eles estiveram aqui para me informar sobre este acordo e agradeço isso”, disse o presidente, acrescentando que o objetivo da aliança é investir mais. “Não só para fundir, embora mantenham duas marcas, mas também para comprar mais aeronaves, investir em oficinas… Em suma, este é um investimento importante na expansão da capacidade das companhias aéreas mexicanas”, disse ele.

Segundo alguns usuários, o acordo ocorreu em meio a fortes reclamações sobre cancelamentos de voos e atrasos de até 10 ou 12 horas. Além disso, segundo pilotos e sindicalistas, eles firmaram acordos que violam a legislação aeronáutica mexicana. A isto somam-se os conflitos entre os governos dos EUA e do México sobre alegados acordos anticoncorrenciais, bem como o cancelamento de 13 rotas para o seu vizinho do norte.

Nas redes sociais, as pessoas receberam a notícia com ironia. “As piores companhias aéreas do México estão juntas”, “Não haverá mais escolha entre o mal e o mal, agora será o mal e o mal”, “Más notícias, agora perderão bagagem mais facilmente”, “Não pensei que pudesse haver companhias aéreas piores, e agora (elas estão) juntas”, estas são algumas das mensagens que se lêem em X.

Neste fim de semana, por exemplo, centenas de passageiros da Volaris relataram vários remarcações simultâneas de voos e atrasos de até 12 horas no Aeroporto Internacional da Cidade do México (AICM), a leste da capital. Em comunicado, a companhia aérea informou que devido às condições climáticas extremas, os aeroportos de Tijuana, Toluca, Queretaro, Culiacan, Los Angeles, Fresno e Sacramento suspenderam as operações. “Existem também outras restrições à manutenção e expiração da tripulação”, diz. “Não estrague tudo. Meu voo está atrasado por falta de tripulação. Há tão pouca formalidade e profissionalismo que até parecem novos”, reclamou um usuário, também no X.

Mas o desacordo não é apenas sobre os clientes. Em novembro deste ano, conforme noticiou o EL PAÍS, a Associação de Pilotos Mexicanos (ASPA) e o Colégio de Pilotos Aéreos do México acusaram o Ministério das Comunicações de conceder à Volaris, por meio da Administração Federal de Aviação (AFAC), uma autorização de 43 dias para voar a aeronave a pilotos estrangeiros, o que “viola abertamente” a lei da aviação, que estipula que as aeronaves devem ser pilotadas exclusivamente por pilotos mexicanos.

O governo de Claudia Sheinbaum apoiou a decisão da AFAC ao alertar que se não fosse feito, 20 rotas nacionais seriam afectadas na temporada de Dezembro, “o que teria um impacto negativo nos benefícios económicos do turismo e na criação de emprego neste momento”.

Segundo o Ministério Público Federal de Defesa do Consumidor (Profeco), as principais reclamações contra essas companhias aéreas são: recusa de devolução do preço pago, dano ou extravio de bagagem, cancelamento de voo, recusa de troca ou reembolso, revenda, recusa de devolução do preço pago.

A instituição afirma que, ao abrigo da Lei da Aviação Civil, os clientes têm direito a uma série de indemnizações: atrasos superiores a uma hora mas inferiores a quatro dão direito a descontos em voos subsequentes para o mesmo destino ou em comida e bebida; mais de dois, mas menos de quatro – desconto de pelo menos 7,5% do preço do bilhete; Em caso de atraso superior a quatro horas ou cancelamento do voo, pode escolher até três opções: reembolso do bilhete ou parte não realizada da viagem mais compensação de pelo menos 25% do preço pago, incluindo TUA; transporte no primeiro voo disponível, alimentação e, se for o caso, alojamento e transporte de e para o aeroporto; ou outro voo posteriormente para o mesmo destino.

Além disso, o setor da aviação do México sofreu um grande golpe este ano por parte da administração Donald Trump. O Departamento de Transportes dos EUA (DOT) anunciou a dissolução da aliança entre a Delta e a Aeroméxico para acabar com os atuais impactos anticompetitivos do mercado entre os países norte-americanos, de acordo com o DOT. As companhias aéreas recorreram aos tribunais dos EUA para contestar a decisão, que entrará em vigor em 1º de janeiro de 2026.

Da mesma forma, os Estados Unidos cancelaram 13 rotas mexicanas, alegando que o México alegadamente não honrou as rotas de carga quando transferiu o comércio com o país vizinho para o Aeroporto Internacional Felipe Angeles (AIFA), outro aeroporto nos arredores da cidade construído sob o governo anterior para aliviar o congestionamento no aeroporto principal.

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