dezembro 23, 2025
lewis-pico-warrr-U04855214844NqR-1024x512@diario_abc.jpeg

Lewis Pico foi eliminado no Palácio de Vistalegre, mas a verdadeira vitória veio depois. Dez dias após a GUERRA 8, torneio de artes marciais mistas (MMA) organizado por Diego Moreno e os irmãos Jorge e Agustín Clement, El Elegido conversa com a calma de uma pessoa que já passou por barulho, pressão e gaiola e ficou mais forte. Não só pelo nocaute, um dos mais espetaculares do ano, que lhe rendeu o bônus da noite, mas também pela sensação de ter dado mais um passo em direção a algo muito maior. O Palácio de Vistalegre voltou a ser uma visão impressionante. Milhares de pessoas, holofotes, barulho, pressão. Para muitos, um ambiente hostil, mas para Lewis já era um sentimento e um ambiente familiar. “Me senti super confortável, como se estivesse em casa, e nada, consegui mostrar uma versão muito boa de mim mesmo.”– ele explica. A WAR acolheu mais uma vez um evento de alto nível e o Pico voltou a ser um dos nomes mais famosos.

A luta deles não foi fácil desde o início. Houve alguns momentos estranhos no primeiro round, quando o adversário ganhou vantagem. “Ele segurou bem o corpo e pressionou-o com força contra a gaiola”, admite. “Ele conseguiu ter um pouco mais de controle, mas nada mais, porque ele não me machucou, não me posicionou, não fez nada comigo”, analisa. Porém, quando ele mudou de posição, ele viu isso claramente. “Assim que me afastei e soltei aquele aperto, vi que ele estava cansado e que seria uma noite longa.” Tudo mudou lá. Literalmente, um minuto após o início da segunda rodada, houve uma mão. Único que veio limpo. nocaute relâmpago.

Isto não é uma coincidência. A trocação de Lewis tem sido assunto de conversa já há algum tempo, especialmente em uma categoria onde nocautes com uma mão são poucos e raros. Ele explica sem enigmas, mas há muito trabalho por trás disso. “Sempre bati forte”, admite, relembrando suas primeiras lutas de boxe quando tinha apenas 16 anos. Mas hoje esta força está sintonizada. Trabalhar primeiro com Jorge Clement e depois com Edgar Martin Soriano teve um papel fundamental. “Isso me tornou uma versão muito melhor de quem eu já era.”fala. Além da sua luta, Lewis sobreviveu ao evento com o apoio do seu povo. Mangelo, Leo Clement, Miguel Angel Garcia e quem apoiou desde o escanteio, como Pepe Torres ou Daniel Richardson. O vestiário era um santuário. E se tem uma coisa que o incomoda mais do que o wrestling é ver os irmãos lutarem no octógono. “Sofro muito mais assistindo meus companheiros do que lutando comigo mesmo.”– ele admite. Principalmente com Leo, a quem ele não hesita em chamar de “irmão mais novo”.

O WAR 8 também confirmou uma visão que, graças a um ecossistema bem desenvolvido, está se tornando cada vez mais comum no MMA nacional: os lutadores podem viver da luta. “A luta mais o bónus é de 5.500 euros”, explica. Graças a isso, sua próxima viagem à Tailândia, que deveria ser um campo de treinamento, está totalmente coberta. Vale a pena mencionar o contraste com o seu início. Ele primeiro trabalhou em uma sorveteria, malhando quando podia, adaptando-se aos turnos e atividades. “Foi muito difícil”, admite. Compartilhe quartos, cerre os dentes. Hoje mora sozinho e pode se dedicar 100% à carreira.

Agora é hora de diminuir sua frequência cardíaca. Quatro lutas em um ano, todas em grandes palcos, cobram seu preço. O Escolhido planeja competir novamente em março ou abril. “Quero continuar lutando, vencendo lutas até chegarmos ao objetivo que é o UFC”, comenta. Ele não tem pressa. “É uma corrida, uma maratona comigo mesmo até chegar na linha de chegada. Não me comparo com ninguém e não preciso provar nada para ninguém, pelo contrário, tudo é meu, e meu maior rival sou eu. Então, não importa o que a vida jogue em mim”, afirma. 2026 será um ano chave para o lutador Clément, pois se ele mantiver essa atividade e lutar mais três vezes com sucesso, já terá um recorde de 6 a 0, número a partir do qual grandes oportunidades poderão começar a se abrir.

Referência