dezembro 24, 2025
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MADRI, 23 anos (EUROPE PRESS)

O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, garantiu na terça-feira que Israel não se retiraria completamente da Faixa de Gaza e apontou planos para restaurar a presença de assentamentos no enclave palestino, contrariando as exigências do presidente dos EUA, Donald Trump, e seu plano para o futuro do território.

“Com a ajuda de Deus, quando chegar a hora, estabeleceremos grupos pioneiros no norte de Gaza, onde os assentamentos evacuados estavam no Plano de Desligamento de 2005”, disse ele durante um evento para abrir mais 1.200 casas no assentamento de Beit El, na Cisjordânia.

“Faremos certo e na hora certa”, disse Katz. “Estamos num período de soberania prática. Há oportunidades que não existiam há muito tempo”, disse, antes de reiterar que as autoridades israelitas não abandonarão completamente a Faixa de Gaza, apesar das disposições da proposta dos Estados Unidos.

“Estamos bem no interior da Faixa de Gaza e nunca sairemos de Gaza. Isto não vai acontecer. Estamos aqui para nos proteger e para evitar uma repetição do que aconteceu”, explicou, segundo o jornal israelita The Times of Israel, referindo-se aos ataques de 7 de outubro de 2023, que mataram cerca de 1.200 pessoas e raptaram perto de outras 250.

No entanto, o gabinete de Katz enviou posteriormente uma declaração enfatizando que as palavras do ministro “foram proferidas apenas num contexto de segurança”. “O governo não pretende criar um assentamento na Faixa de Gaza”, disse ele.

“O Ministro da Defesa enfatizou o princípio central da segurança fronteiriça em todos os contextos: as Forças de Defesa de Israel (IDF) são a primeira e última linha de defesa dos cidadãos israelitas, e o Estado de Israel depende deles e das forças de segurança para a sua protecção”, concluiu.

As observações de Katz ocorrem poucos dias depois de o secretário-geral da ONU, António Guterres, ter considerado “essencial” o início da segunda fase da proposta dos EUA para o sector e sublinhado que a primeira fase, lançada em Outubro na sequência de um acordo entre Israel e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), deve ser “totalmente implementada”.

O pacto alcançado em Outubro implicou um cessar-fogo em vigor desde 10 de Outubro (embora marcado por bombardeamentos quase diários por parte de Israel, que afirma estar a agir contra “terroristas”), bem como a entrega de reféns vivos e mortos ao Hamas, com excepção de um cujo corpo ainda não foi encontrado no enclave.

A segunda fase, que ainda não começou, envolve a criação de uma autoridade provisória, que será liderada por Trump e encarregada de supervisionar a situação, bem como de uma força de segurança internacional, que deverá envolver vários países, mas neste momento não há detalhes específicos sobre a sua composição e outros pontos, como o processo de retirada das tropas israelitas.

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