dezembro 24, 2025
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A história começa longe da região de Múrcia. Há mais de quinze anos, este morador de Casillas vivia na Comunidade Valenciana, onde solicitou um empréstimo pessoal para adquirir uma casa na cidade de Albaida, província Valência. O valor inicial rondava os 20 mil euros, um valor aceitável na altura, mas com o tempo tornou-se um fardo insustentável.

As circunstâncias pessoais e económicas mudaram. As despesas superaram as receitas e a dívida começou a crescer. Embora tenha mantido o emprego, deixou de fazer pagamentos mensais e a situação deteriorou-se rapidamente. A instituição financeira iniciou o procedimento e, como resultado, os bens foram apreendidos sem possibilidade de negociações efetivas.

De um embargo a uma dívida que não pode ser aceita

Depois que a casa foi apreendida, o problema não desapareceu. Contra. Além da perda de bens, somou-se a dívida, que continuou gerando juros e despesas adicionais. Dois anos após o embargo, ele tentou negociar com o banco um plano de pagamento adequado à sua situação real, com mensalidades reduzidas. A resposta foi não.

Sem alternativas claras, decidiu regressar à região de Múrcia e instalar-se novamente em Casillas. Lá ele retomou o trabalho com a intenção de reconstruir a vida, mas a dívida ainda estava presente. Cada nova entrada estava sujeita a um possível embargo e qualquer planeamento a médio prazo era inviável.

Uma descoberta que muda o foco

O ponto de viragem veio inesperadamente. Após realizar sua própria pesquisa, ele aprendeu sobre a existência de mecanismos legais para reorganização de dívidas em outros países. Esta pesquisa levou-o à descoberta de que em Espanha existe uma ferramenta especial para pessoas que se encontram em situação de insolvência: a Lei da Segunda Chance.

No início, a desconfiança foi total. A ignorância e as más experiências anteriores com instituições financeiras o deixaram em dúvida. No entanto, depois de rever e comparar os dados, ele começou a avaliar seriamente este caminho como uma solução realista para a sua situação.

Dois anos de procedimentos antes do cancelamento

O processo não foi imediato. Como explica La Opinión de Murcia, durante quase dois anos recebeu aconselhamento e realizou procedimentos legais, com viagens frequentes e documentação constante. Apesar disso, destaca que o apoio jurídico foi fundamental para avançar sem surpresas ou erros que pudessem comprometer o resultado final.

Por fim, uma ordem judicial permitiu a anulação da dívida, que ascendia a 65 mil euros. Uma figura que durante muitos anos determinou todas as decisões pessoais e profissionais e agora deixa de existir do ponto de vista jurídico.

Novo cenário econômico e pessoal

Este morador de Casillas mantém atualmente um plano de pagamentos de 99 euros mensais durante 48 meses, dos quais já ultrapassou mais de metade. Ao contrário do que acontecia no passado, estes pagamentos estão claramente definidos e não colocam em risco o seu rendimento básico.

A diferença, explica, não é apenas económica. A tranquilidade de saber que seu salário não será enfeitado e que você pode economizar dinheiro ou planejar despesas futuras teve impacto direto na sua motivação profissional e na qualidade de vida.

Mecanismo cada vez mais usado

Casos como o seu não são isolados. Nas últimas semanas, outros residentes da região de Múrcia aproveitaram a Lei da Segunda Chance para amortizar dívidas contraídas com garantias pessoais, despesas médicas ou empréstimos que se tornaram incomportáveis ​​após mudanças inesperadas na sua situação económica.

Este mecanismo jurídico, regido pela lei espanhola e fiscalizado pelos tribunais comerciais, consagra-se como um instrumento fundamental para quem de boa-fé se encontra em situação de insolvência efetiva.

Para este homem de Múrcia, o resultado é claro: depois de anos examinando ansiosamente cada aviso e cada extrato bancário, ele pode agora pensar no futuro de uma perspectiva diferente. Sem carregar dívidas e sentir que recuperou o controle da sua vida financeira.

Referência