novembro 15, 2025
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A Inspeção do Trabalho e Segurança Social não vai impor de imediato sanções aos empregadores de trabalhadores domésticos que ainda não tenham realizado avaliação de riscos profissionais nas suas residências, apesar de esta ser obrigatória a partir desta sexta-feira. Isto é confirmado por fontes do departamento de Yolanda Díaz, do qual depende o órgão de fiscalização, dada a quantidade de pessoas que abandonaram este procedimento nos últimos dias antes da entrada em vigor da obrigação, justamente quando o site gratuito incluído para este fim produziu erros devido a um ataque informático, disse o ministério. A ferramenta está disponível há seis meses, mas o Partido Trabalhista indica que haverá flexibilidade no caso dessas discrepâncias iniciais e pede tranquilidade àqueles que não conseguiram concluir o processo.

O Ministério do Trabalho esclarece que esta sexta-feira não marca o fim do prazo, mas sim a entrada em vigor da obrigação de avaliação de riscos no domicílio, uma vez que se passaram seis meses desde o lançamento do prevencion10.es. E o decreto que regulamenta esse novo direito dos trabalhadores domésticos estabeleceu que seis meses após a ativação do instrumento é necessário que o empregador conclua o procedimento.

O problema é que o site não funciona desde quarta-feira. O ministério disse no meio da tarde de quinta-feira que as interrupções foram causadas por um “ataque malicioso”, uma série robôs “automatizado”, o que sobrecarregaria “artificialmente” a plataforma.

Nas 24 horas até ao meio-dia de quinta-feira, foram bloqueados um total de 16.091 endereços IP (Internet Protocol) suspeitos, representando 49,4 milhões de transações, segundo dados fornecidos ao Partido Trabalhista. Ou seja, foram quase 50 milhões de tentativas de acesso à plataforma para preenchimento do questionário. Fontes do ministério afirmam que alguns dos endereços IP bloqueados receberam mais de um milhão de solicitações. Nesta sexta-feira ele continua funcionando em migalhas, com problemas para muitos usuários.

O ministério não contabiliza quantos dias dura este período de flexibilização, mas insiste que a Inspecção não tem vontade de arrecadar dinheiro, mas sim procura garantir os direitos laborais. Ou seja, o objetivo deste regulamento, argumenta o ministério, não é multar os empregadores que tentam concluir o processo e falham, mas garantir mais direitos aos trabalhadores domésticos. O Partido Trabalhista já deu um passo semelhante em 2022, reconhecendo o acesso destes trabalhadores ao subsídio de desemprego.

A não realização de uma autoavaliação ou a não informação dos trabalhadores domésticos sobre as medidas preventivas tomadas pode ser interpretada pela Inspeção como uma infração grave. A pena máxima para este tipo de infração é de 49.180 euros se existirem circunstâncias agravantes. Sem eles, em regra, o incumprimento será considerado menor, e a multa será no máximo de 2.450 euros. Refira-se que a Inspecção não pode ter acesso às casas para garantir o cumprimento das medidas, dada a santidade das casas reconhecida pela Constituição. No entanto, documentação e investigação podem ser exigidas com base nas reclamações.

A Associação Espanhola de Serviços Pessoais e Domésticos (AESPD), principal empregador do setor, saúda o novo direito de avaliação de riscos, mas considera que as medidas de apoio às famílias são insuficientes.

“O fardo contínuo das obrigações domésticas da família é visto com cepticismo, o que sugere todo este progresso na garantia de plenos direitos para os trabalhadores domésticos sem medidas adequadas para apoiar o recrutamento”, afirmou a associação de empregadores num comunicado recente. O emprego neste setor caiu 8% no ano passado, de acordo com os dados mais recentes. Levantamento da população ativano contexto da criação global de emprego.

Prazos para envio de trabalhos foram perdidos

O decreto que regulamenta este novo direito também estabelece outras medidas que o Ministério do Trabalho não implementou a tempo. Em março, há oito meses, esgotou-se o limite que o departamento de Yolanda Diaz havia estabelecido para o desenvolvimento de uma plataforma de formação em prevenção de riscos para trabalhadores domésticos. Também não cumpre os prazos para elaboração de protocolo para atendimento das situações de assédio e violência sofridas por esses profissionais e para preenchimento de orientações técnicas sobre prevenção de riscos. Ambos os documentos deveriam estar disponíveis em setembro e não resta nenhum vestígio deles.

O Ministério reconhece o atraso na criação da plataforma de formação, indica que a resolução do SEPE que a regulamentará já está pronta e que o serviço estará operacional no início do ano. Quanto ao protocolo e às orientações técnicas, confirma também que ainda não estão disponíveis, mas sublinha que a sua publicação é iminente e sublinha a sua complexidade técnica e consenso.

Além disso, o Ministério da Saúde está empenhado em “promover” exames médicos gratuitos para estes profissionais e incluir esta opção na carteira de serviços gerais do SNS. Esta promessa não está planejada. O ministério, chefiado por Mônica Garcia, afirma estar trabalhando nisso em apresentação sobre saúde ocupacional.