dezembro 25, 2025
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Frota espanhola realizou exercícios de operações de interdição marítima nas Ilhas Canárias, fortalecendo os seus preparativos para combater as ameaças representadas pelo tráfico de drogas no mar. A manobra ocorreu no dia 10 de dezembro e foi liderada pelo grupo de segurança operacional Grupo de Segurança das Ilhas Canáriasuma das unidades especializadas na proteção e controle da frota naval no Atlântico.

O local escolhido foi um verdadeiro navio mercante “Catarina” de bandeira portuguesa, que participou ativamente no treino. O navio permaneceu atracado Porto da Luzem Las Palmas de Gran Canaria, que permitiu simular de forma realista uma operação num navio suspeito de transportar carga proibida, sem interferir no tráfego marítimo.

Um exercício projetado para cenários da vida real.

A operação reproduziu todas as etapas habituais de uma interceptação naval. Desde a abordagem inicial de embarque e busca completa da embarcação, a equipe da Marinha seguiu procedimentos aplicáveis ​​tanto às missões nacionais como internacionais.

O ataque foi realizado a partir de uma embarcação militar utilizando técnicas de abordagem adaptadas às condições portuárias e às embarcações de grande porte. A tripulação do navio mercante participou ativamente do exercício, o que facilitou o acesso a diversas partes do navio e permitiu um treinamento abrangente.

Controle legal e verificação documental

Um dos aspectos fundamentais do exercício foi a verificação da documentação legal e administrativa do navio. O pessoal da Marinha revisou certificados de tonelagem, manifestos de carga, documentação médica e conformidade com a Convenção MARPOL para a Prevenção da Poluição Marinha.

Estes tipos de controlos são necessários para detectar violações relacionadas com o tráfico ilícito de mercadorias, armas, drogas ou pessoas e representam uma das primeiras barreiras de controlo na luta contra as actividades ilícitas no mar.

O papel das forças-tarefa de segurança

Forças-tarefa de segurança compostas por pessoal do Corpo de Fuzileiros Navais apoiam o programa de educação continuada. Seu treinamento abrange técnicas de pouso, buscas em espaços confinados, autodefesa, triagem da tripulação e cuidados médicos básicos em situações de risco.

Essas capacidades nos permitem operar em ambientes altamente desafiadores, onde a velocidade e o controle situacional são essenciais para a segurança da tripulação e o sucesso da missão.

Coordenação com elementos de visitação e registro

Atualmente, os navios da Marinha transportam equipamentos especializados conhecidos como dispositivos de visita e registro. Quando integrado com forças-tarefa de segurança, cria uma dupla operacional capaz de capturar e controlar eficazmente navios no mar.

Essa combinação permite que a Marinha opere com flexibilidade, adaptando-se tanto a operações de baixa intensidade quanto a cenários de maior ameaça, inclusive em águas internacionais.

Quadro jurídico internacional para proibições marítimas

As operações de interdição marítima são protegidas pelo direito internacional. A sua principal base jurídica é a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, assinada em Montego Bay em 1982 e ratificada por Espanha, que estabelece os direitos e responsabilidades dos Estados em vários espaços marítimos.

Além disso, estas ações são apoiadas por acordos que regem o direito humanitário internacional, garantindo que as operações são conduzidas no pleno respeito pela legalidade internacional e pela segurança das tripulações civis.

Ilhas Canárias como enclave estratégico de segurança naval

A escolha das Ilhas Canárias para a realização deste tipo de exercício não é acidental. O arquipélago é um ponto estratégico nas rotas marítimas que ligam a Europa, África e as Américas, tornando os seus portos enclaves fundamentais para o controlo do tráfego marítimo.

Através destes exercícios, a Marinha reforça a sua presença e capacidade de resposta numa área de elevado valor geoestratégico, fortalecendo o seu papel na proteção dos interesses nacionais e da segurança coletiva no domínio marítimo internacional.

As atividades desenvolvidas pela Unidade de Segurança das Canárias demonstram como a Marinha Espanhola mantém um nível constante de preparação para o exercício do poder estatal no mar, antecipando ameaças e garantindo a segurança numa das áreas mais sensíveis do ambiente global.

Referência