novembro 15, 2025
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O juiz Rafael Guerra foi reeleito esta sexta-feira como Presidente do Supremo Tribunal (TSJ) da Cidade do México, com mais do que os dois terços necessários (60 votos em 79 possíveis) para reforçar a sua continuidade. Guerra, um advogado próximo do ex-presidente Andrés Manuel López Obrador, que ocupa o cargo desde 2019, entrará em seu terceiro mandato como chefe do tribunal, apesar das vozes dos juízes pedindo mudanças após o assassinato do advogado David Cohen e os protestos trabalhistas. Esta foi a última eleição realizada por votação dos desembargadores do órgão, já que as próximas eleições, em 2027, terão novos cargos eleitos por voto popular.

Guerra foi reeleito, substituindo os cargos de Rosalba Guerrero e Celia Marin, que esperavam mudanças no futuro do órgão de justiça. Ambos disseram a este jornal que o cenário mudou a partir do momento em que enfrentaram na votação Guerra, que transformou o TSJ em seu território. O magistrado buscou a reeleição para o período de 1º de janeiro de 2026 a 31 de agosto de 2027, apresentando-se como um dos cinco candidatos que disputam o cargo de presidente do Supremo Tribunal Federal da capital. Entre os nomes estavam também Ramon Alejandro Senties Carriles, que recebeu seis votos, e Rosalba Guerrero, que recebeu 10. Outros magistrados que votaram foram Celia Marin e Arturo Eduardo García Salcedo. Ambos receberam um voto cada.

Guerra, no seu discurso antes da votação, fez uma escolha a favor da classe trabalhadora: “Este programa continua a ser um compromisso com a classe trabalhadora. As mulheres e os homens que compõem a classe trabalhadora são o início e o fim da nossa instituição. Eles constituem a base da nossa força.” E argumentou que esta eleição é uma oportunidade. “O sistema judicial da Cidade do México enfrenta um enorme desafio e, ao mesmo tempo, uma enorme oportunidade para demonstrar que a justiça é humana e sensível”, disse ele.

A eleição ocorreu logo após o assassinato do advogado David Cohen, que morreu em meados de outubro em um hospital metropolitano, horas depois de ter sido baleado vários vezes em plena luz do dia perto da sede do TSJ. Um caso que abalou a instabilidade na capital. Alguns especialistas consideraram a decisão um insulto a Rafael Guerra devido à sua suposta proximidade com Cohen. Até agora, o presidente do TSJ negou, bem como que planeavam reunir-se nesse mesmo dia: “Não houve reunião, nenhuma reunião informal, nenhuma conversa entre Cohen e Guerra”.

Enquanto decorria a votação da sessão extraordinária, trabalhadores do TSJ manifestaram-se nas imediações da Cidade Judiciária contra a reeleição de Guerra. Entre as reclamações apontam a deterioração das condições de trabalho, os baixos salários e os atrasos nos processos judiciais devido ao encerramento de 24 tribunais cíveis e 12 de família, aos quais Guerra encarregou-se de implementar o chamado Código Nacional de Processo Civil e de Família.

Guerra conseguiu estabelecer uma presença forte no sistema de justiça. Ele deveria deixar suas funções em 1º de setembro, mas no dia anterior conseguiu que o Congresso da Cidade do México lhe permitisse concorrer novamente como candidato e estender suas funções até o final do ano. Guerra também tentou concorrer ao Supremo Tribunal da Nação (SCJN), mas não conseguiu se qualificar devido ao seu histórico acadêmico médio.

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