dezembro 28, 2025
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O governo do presidente argentino Javier Miley chega ao final do ano com ótimas notícias que valem a pena comemorar. Na noite de sexta-feira, após amplo debate no Congresso, a Casa Rosada conseguiu aprovar o orçamento de 2026. O Parlamento dá luz verde ao orçamento pela primeira vez desde que o Libertário assumiu o poder. Na mesma votação, que ocorreu quase à meia-noite, também foi aprovado a lei da “inocência fiscal” o que enfraquece o controlo sobre a evasão fiscal.

O novo orçamento, traduzido em lei, dá liberdade ao poder executivo para gerir a dívida nacional e elimina obrigações mínimas de financiamento da educação. Oposição alerta sobre níveis de dívida e impacto na educação pública.

Na noite desta sexta-feira, enquanto a maioria dos argentinos prolongava as celebrações do Natal, ocorria no Congresso um debate que teria consequências importantes para o destino do país. Depois de uma amarga reunião que durou mais de oito horas, o governo de Milei obteve uma vitória legislativa sem precedentes ao aprovar o orçamento para 2026 no parlamento. O texto recebeu 46 votos positivos e 25 votos negativos no Senado, marcando o início de uma nova era na Casa Rosada, que agora conta com o apoio do Parlamento para avançar nas reformas que propõe.

Foi a primeira votação significativa no novo Congresso, que teve lugar em 10 de dezembro, depois de o partido no poder ter vencido as eleições legislativas de outubro com 40% dos votos. Esta também é a primeira vez que Miley consegue aprovar um orçamento no Congresso. Um dos principais arquitetos da vitória de sexta-feira foi a atual senadora e ex-secretária de Segurança Patricia Bullrich, que chamou a nova legislação de “orçamento histórico”. Ele também alertou: “O déficit zero não está em debate: é a linha vermelha que separa o futuro do desastre”.

Miley, euforia

A presidente Miley ficou eufórica nas redes sociais e classificou a aprovação do orçamento como um “evento histórico”. “Esta lei é revolucionária”, chegou a dizer nas suas redes sociais e anunciou que “em 2026 começará a reconstrução da Argentina”.

Refira-se que, graças ao sucesso legislativo alcançado esta sexta-feira no Congresso, o governo termina em alta um ano muito difícil para a Casa Rosada, que em outubro regressou com força depois de uma derrota eleitoral de grande repercussão em Buenos Aires e de escândalos jurídicos como o caso Libra ou alegações de suborno no setor das pessoas com deficiência.

O texto aprovado pelo Congresso estabelece as prioridades da política económica que serão implementadas a partir de 2026. Nesse sentido, um dos principais focos do governo será o equilíbrio fiscal, um dos cavalos de batalha da primeira metade do mandato de Miley. Como observou repetidamente, a ausência de um défice orçamental é extremamente importante para o chefe de Estado.

Uma das principais atividades do governo será o equilíbrio orçamentário, um dos carros-chefe da primeira metade do mandato de Miley.

Por sua vez, o orçamento fala sobre o crescimento económico na Argentina. Em particular, estima-se que o seu PIB cresça 5% em 2026. Quanto à inflação no próximo ano, ele prevê que será de apenas 10%.

Um dos pontos mais importantes e que mais tem suscitado críticas nos debates parlamentares é a questão da liberdade dada ao Ministério da Economia para gerir a dívida pública, o que poderá levar a um aumento dos níveis de dívida da Argentina. O novo orçamento autoriza o ministério a realizar trocas, reestruturações e outras transações financeiras. Esse aspecto gerou polêmica no Congresso, visto que alguns legisladores consideraram-no uma ampliação dos poderes do Poder Executivo e condenaram a “dívida ilimitada”.

Explosão do sistema educacional

Outra questão que mais atraiu oposição da oposição é que, com o novo orçamento, o Executivo terá o poder de reatribuir itens ao longo do ano sem ter que passar pelo Congresso.

Também duramente criticado foi o artigo 30.º do orçamento, que se tornou lei, que elimina requisitos mínimos de financiamento para áreas como a educação, a ciência, a tecnologia ou a inovação. “Hoje, quando forem para a cama, digam aos seus filhos: “Estou feliz porque explodi o sistema educativo”, condenou o legislador da oposição neste sentido. José Mayans.

“Apertem os cintos, porque haverá muito mais reformas”, alertou a presidente Miley esta quarta-feira.

Por outro lado, durante a votação no parlamento houve críticas à celeridade do tratamento e ao facto de ter sido realizado na última sexta-feira do ano em plena celebração do Natal. Os maias acusaram o partido no poder de “processamento expresso”, ao mesmo tempo que disseram que “representa a decadência e a corrupção do governo”.

No entanto, as críticas não diminuíram o entusiasmo na Casa Rosada. O próprio presidente, em sua saudação de Natal, pronunciou a frase quase como um presságio. “Apertem os cintos, porque haverá muito mais reformas”, alertou esta quarta-feira.

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