dezembro 29, 2025
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No contexto de isolamento e rotina, a música conseguiu abrir um suporte de esperança em Centro Penitenciário Ocaña I. Grupo “Nós somos”, da Associação Aqua Vitae, ofereceu um concerto de Natal repleto de ritmo, emoção e participação. um espaço geralmente associado ao silêncio e à espera. Os reclusos acompanharam a actuação com entusiasmo, acompanhando as canções com aplausos, cantando e dançando num dia que atrapalhou a dinâmica diária do centro.

A banda revelou seu último álbum com temática natalina, com um repertório de estilo oportuno e mensagens focadas na dignidade pessoal, no valor da comunidade e na oportunidade de recomeçar. Durante o concerto, a música tornou-se uma linguagem comum, capaz de criar intimidade, envolvimento e um ambiente festivo, pouco habitual num ambiente prisional.

Para muitos reclusos, esta iniciativa significou mais do que apenas um evento cultural. Foi uma experiência de acolhimento e normalidade num momento particularmente delicado, em que a distância da família e do mundo exterior se faz sentir com maior intensidade. A resposta do público reflectiu a necessidade de espaços onde se sentissem ouvidos e incluídos.

O evento foi realizado com a cooperação da direção e funcionários do centro. A organização quis destacar o papel da diretora do Centro Penitenciário Ocaña I, Zoraida Estepa, bem como o profissionalismo e acessibilidade dos funcionários que contribuíram para que o concerto se realizasse num ambiente de respeito e convivência.

A rede de acompanhantes que não para no Natal

O concerto faz parte do programa de atividades que a Pastoral Penitenciária da Arquidiocese de Toledo desenvolve constantemente nos centros de Ocaña I e Ocaña II, intensificando-se especialmente no período do Natal. Este trabalho, coordenado por Jesús Guzmán Pedraza, inclui acompanhamento pessoal, presença regular em módulos, reuniões públicas e celebrações importantes como a véspera de Natal na prisão.

Este ano, na véspera de Natal, o Arcebispo de Toledo visitou. Francisco Cerro Chávezno Centro Penitenciário Ocaña II, e pelo auxiliar do Bispo Francisco César García Magana em Ocaña I, um gesto pastoral, institucional e humano que destaca a importância de não esquecer aqueles que vivem presos em datas-chave do calendário.

No centro deste trabalho está o voluntariado da Pastoral Penitenciária, um grupo de pessoas que dedica tempo constante e silenciosamente aos presos, ouvindo-os e estando perto deles durante todo o ano. No Natal, a sua presença assume um valor especial, chegando a quem vive estas datas em ainda maior solidão e vulnerabilidade. O seu trabalho não se limita a atividades específicas, mas constrói relações, acompanha processos pessoais e oferece apoio humano onde é mais necessário.

Junto com os voluntários, diversas fraternidades e irmandades colaboram ativamente, unindo forças para manter esta rede de apoio que se esforça para chegar a estes últimos, especialmente nos momentos mais sensíveis.

A Pastoral Penitenciária enfatiza que este trabalho é uma responsabilidade compartilhada e um convite aberto à participação. Por esta razão, incentivam os cidadãos ao voluntariado, lembrando que o envolvimento social e o compromisso pessoal continuam a ser ferramentas fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, inclusive dentro dos muros das prisões.

Iniciativas como este concerto mostram que cultura, voluntariado e cooperação institucional Podem criar espaços de humanidade e esperança mesmo nos contextos mais difíceis. Porque mesmo na prisão, e especialmente no Natal, ninguém deve sentir-se esquecido.

Referência