Encontro entre Donald Trump e Vladimir Zelensky em Mar-a-Lago, 28 de dezembro de 2025 – Europa Press/Contact/Hu Yousong
Os líderes europeus pedem garantias de segurança “firmes” para Kiev “desde o primeiro dia” durante uma cimeira na Florida este domingo MADRID, 28 (EUROPE PRESS)
Os presidentes dos Estados Unidos e da Ucrânia, Donald Trump e Vladimir Zelensky, após reunião este domingo na Florida (EUA), concordaram que um possível acordo para acabar com a guerra com a Rússia está “muito próximo”, embora o presidente norte-americano tenha admitido que ainda há “uma ou duas questões muito prementes para discutir”.
“Resolvemos 95% dos problemas, embora eu não goste de falar sobre porcentagens”, disse Trump no início de sua aparição conjunta na mídia. “Parece-me”, insistiu numa outra fase da audiência, “que estamos muito mais próximos do que nunca, no que diz respeito a ambos os lados”.
Trump e Zelensky mantiveram uma reunião de duas horas na residência presidencial dos EUA em Palm Beach, que contou com uma videochamada de alto nível com os principais líderes europeus, começando pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pelo secretário-geral da NATO, Mark Rutte, e pelos líderes da Alemanha, França e Grã-Bretanha, Fredrich Merz, Emmanuel Macron e Keir Starmer.
Von der Leyen observou pela primeira vez “bom progresso” rumo a um acordo de paz na Ucrânia numa videoconferência, mas insistiu que Kiev deve ser totalmente protegida no futuro para aliviar as preocupações dos seus parceiros europeus.
“Foram feitos bons progressos e estamos a comemorar. A Europa está pronta para continuar a trabalhar com a Ucrânia e os nossos parceiros americanos para os consolidar”, disse von der Leyen.
No entanto, o presidente da Comissão Europeia acabou por reiterar que, para que estes esforços dêem frutos, é “fundamental” que a Ucrânia e, por extensão, a Europa “tenham fortes garantias de segurança desde o primeiro dia”.
POSSÍVEL REFERENDO
Voltando à conversa Trump-Zelensky, o presidente ucraniano voltou a levantar a possibilidade de realizar um plebiscito para dar aos ucranianos a palavra final num possível acordo com a Rússia que incluiria um reconhecimento final de que perdeu territórios conquistados pela Rússia, mas desta vez esclareceu que esta é apenas uma opção que deve ser considerada.
Zelensky, no entanto, deixou claro que o povo ucraniano ou o parlamento teriam de expressar a sua opinião se o plano se tornasse “excessivamente difícil” de compreender. “A nossa sociedade deve votar, porque esta é a nossa terra. Não pertence a uma pessoa. Esta é uma terra que pertence a gerações”, disse o presidente ucraniano.
Trump finalmente terminou com um aviso de que a paz é necessária agora, e as próximas semanas de conversações a nível de delegação serão absolutamente fundamentais. “Porque se não tivermos sucesso no final, as pessoas continuarão a lutar e a morrer, e não queremos que isso aconteça”, disse ele.
CONVERSAS ANTERIORES TRUMP E PUTIN
Poucas horas antes do início da reunião, Trump anunciou surpreendentemente que tinha mantido uma conversa preparatória com o presidente russo, Vladimir Putin, que continuaria com um segundo diálogo nas próximas horas.
Embora Trump não tenha querido entrar em detalhes, o Presidente russo, Yuri Ushakov, garantiu que ambos os líderes expressaram sérias dúvidas sobre a viabilidade da contraproposta europeia e ucraniana ao plano do presidente norte-americano para pôr fim ao conflito.
“Os presidentes da Rússia e dos Estados Unidos têm opiniões muito semelhantes de que o cessar-fogo temporário proposto pelos ucranianos e europeus sob o pretexto da preparação de um referendo apenas prolongará o conflito”, disse Ushakov.