A Coreia do Norte disparou mísseis de cruzeiro estratégicos de longo alcance para o mar para testar a dissuasão nuclear do país.
O teste ocorre dias depois de mostrar progresso em seu primeiro submarino movido a energia nuclear, informou a Associated Press.
A Agência Central de Notícias da Coreia disse que os lançamentos de mísseis ocorreram na costa oeste do país no domingo, 28 de dezembro.
O líder Kim Jong Un esteve no lançamento e a agência de notícias oficial do país disse que ele expressou “grande satisfação” com os lançamentos.
Kim observou que testar a fiabilidade da dissuasão nuclear do país e demonstrar o seu poder é “apenas um exercício responsável do direito de autodefesa e de dissuasão de guerra”.
As resoluções do Conselho de Segurança da ONU proíbem a Coreia do Norte de realizar lançamentos envolvendo o seu enorme arsenal de mísseis balísticos.
Os testes de mísseis de cruzeiro no país não são proibidos, mas representam uma ameaça para os Estados Unidos e a Coreia do Sul. Eles são altamente manobráveis e voam em baixa altitude para evitar a detecção de radar.
O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse estar ciente dos vários lançamentos de mísseis de cruzeiro. Acrescentou que o país mantém a disposição de repelir possíveis provocações do vizinho através da aliança com os Estados Unidos.
Analistas dizem que a Coreia do Norte tentaria usar mísseis de cruzeiro para atacar navios de guerra e porta-aviões americanos em caso de conflito.
Na semana passada, a Coreia do Norte testou novos mísseis antiaéreos na sua costa leste. A AP informou que as fotos mostravam o casco quase concluído de um submarino com propulsão nuclear em desenvolvimento, e a Coreia do Norte deu a entender que iria armar o submarino com mísseis nucleares.
Um submarino com propulsão nuclear é um dos vários sistemas de armas sofisticados que Kim disse que introduzirá para combater o que descreve como ameaças à segurança lideradas pelos EUA.
Alguns especialistas dizem que o alinhamento da Coreia do Norte com a Rússia pode ter ajudado a receber tecnologias em troca. O país enviou milhares de tropas e equipamento militar para a Rússia para apoiar o conflito do presidente Vladimir Putin na Ucrânia.
O país tem se concentrado em atividades de testes de armas para expandir seu arsenal nuclear desde que a diplomacia nuclear de Kim com o presidente dos EUA, Donald Trump, fracassou em 2019. Kim sugeriu em setembro que poderia retornar às negociações se os Estados Unidos abandonassem “sua obsessão delirante com a desnuclearização” da Coreia do Norte.
Especialistas dizem que Kim pode pensar que o seu arsenal nuclear expandido lhe daria maior influência para obter concessões em potenciais negociações com Trump.
As imagens fornecidas pela Agência Central de Notícias Coreana via AP não puderam ser verificadas.