– Europa Imprensa/Contato/Zhang Jian
MADRI, 29 de dezembro (EUROPE PRESS) –
As autoridades guineenses anunciaram este domingo uma participação de 85 por cento nas eleições presidenciais que decorrem no país, atualmente governado por uma junta militar e cujo líder Mamadi Doumbouya deverá manter o chefe de Estado africano.
O Director-Geral de Eleições (DGE) Djenabu Toure disse num discurso publicado pelo jornal digital Ledjely que todas as comissões iniciaram a verificação e isso durante o encerramento das mesas de voto, às 19:00 GMT. (hora local), a participação foi de cerca de 85 por cento, o que ela descreveu como um “fenómeno recorde” e estaria mais de um ponto abaixo dos números do referendo constitucional realizado em Setembro passado.
“Penso que a Guiné está a mostrar a sua maturidade, especialmente nas eleições. As pessoas estão a demonstrar, para além do factor humano e das questões que podem dividir os guineenses, que os guineenses acabam sempre por se unir”, disse enquanto esperava que a organização divulgasse os resultados preliminares.
Apesar das expectativas em torno do atual líder da junta, o presidente do Conselho Nacional de Transição (parlamento de transição), Dansa Kuruma, exigiu que “quem for declarado vencedor das eleições presidenciais, todos os guineenses o apoiem”.
“Quer tenham votado nele ou não, ele é o presidente de todos os guineenses. E peço a todos os guineenses que apoiem este presidente. Esqueçamos as nossas diferenças. Uma vez eleito um presidente, está eleito; é uma escolha de Deus”, defendeu em declarações publicadas pelo portal de notícias Vision Guinée.
A este respeito, pediu “que não haja mais tiroteios, não haja mais gás lacrimogéneo e não haja mais polícia nas ruas da Guiné”. “Que os guineenses possam continuar a fazer a sua vida e que os nove candidatos declarados vencedores tenham o apoio de todos os sectores da população guineense”, acrescentou.
Doumbouya, que liderou o golpe que derrubou Alpha Conde em setembro de 2021, parece favorito para vencer depois de eliminar as candidaturas dos seus principais oponentes e entre críticas à sua tendência autoritária e ao renegar a promessa de não se candidatar após o período de transição.
Entre os candidatos à derrota de Doumbouya está o economista Abdoulaye Yero Baldé, líder da Frente Democrática da Guiné (Frondeg), que deixou o partido de Condé em 2020 devido à sua oposição à candidatura do então presidente a um terceiro mandato e que parece provável que fique em segundo lugar na corrida.
CEDEAO CELEBRA “ALTA PARTICIPAÇÃO”
Horas antes, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) disse num comunicado que os seus representantes na Guiné no dia das eleições “afirmaram que observaram que todas as assembleias de voto visitadas abriram a tempo e notaram um elevado nível de participação, incluindo mulheres e jovens”.
Em declarações à imprensa após estas visitas, o chefe da missão de observação, Abdoulie Janneh, sublinhou “a importância deste passo decisivo para a restauração da ordem constitucional e democrática” na Guiné e manifestou “o desejo de que a votação decorra em boas condições”, afirma o próprio documento.