novembro 15, 2025
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Segundo o Ministério da Saúde e o Plano Nacional de Controle de Drogas, três em cada dez estudantes de 14 a 18 anos admitem ter consumido cinco ou mais bebidas alcoólicas em menos de duas horas. O que está tomando forma entre os jovens em princípio? como forma de lazeré uma prática com grande risco para sua saúde: Danos cerebrais, perda de memória, alterações cognitivas, risco de dependência futura e até intoxicação alcoólica com risco de vida.

Mas a lista não termina aí. Segundo o Ministério da Saúde, o consumo de álcool contribui para o desenvolvimento de mais de 200 doenças, incluindo alguns tipos de câncer. Além disso, explicam que não existe um nível de consumo seguro para o risco de cancro: todas as bebidas (cerveja, vinho e bebidas espirituosas) estão associadas ao risco de cancro, independentemente da sua qualidade e preço. Mesmo beber uma bebida por dia aumenta o risco de câncer, que aumenta significativamente à medida que você bebe mais álcool.

Apesar dos numerosos avisos dos profissionais médicos, “cada vez mais adolescentes recorrem aos serviços de urgência com intoxicação alcoólica grave ocorre como resultado do consumo excessivo de álcool, conhecido como episódios de compulsão alimentar. O que começa como uma forma inofensiva de diversão pode ter consequências reais e muito prejudiciais para a sua saúde presente e futura”, admite Antonio Peña, médico de Esvidas especializado em dependências.

Isso garante que durante um episódio de compulsão alimentar os adolescentes experimentem desinibição, perda de coordenação e toxicidade, o que pode exigir atenção médica de emergência. “Mas as consequências vêm além da ressaca: aumenta o risco de acidentes, lesões, comportamento impulsivo e dependência no futuro, insiste. “A repetição desse tipo de consumo pode alterar o desenvolvimento cerebral e emocional, comprometendo a capacidade de aprender e controlar os impulsos”.

Embora seja uma prática comum entre os adolescentes, o médico ressalta que nem todos têm a mesma predisposição para isso e lista os perfis mais comuns de consumo excessivo de álcool: “Jovens com dificuldades de aprendizagem, problemas comportamentais ou graves preciso conversar “Eles tendem a assumir papéis de liderança em garrafas, arrastando consigo outros colegas.”

José Manuel Saldua, sócio fundador e diretor da Esvidas, observa que este tipo de consumo, que não é apenas um transtorno mental diagnosticado, mascara desequilíbrio interno: insegurança, ansiedade social, medo de rejeição, necessidade de pertencer a um grupo… “Para muitos adolescentes, beber é uma forma de se livrar das inibições e de se sentirem integrados, embora isso os prejudique mais tarde e eles não vejam os perigos da prática.”

Este gerente alerta que existem vários sinais que alertam que um adolescente pode ter problemas de consumo. Por um lado, há mudanças comportamentais: ao ver que o jovem fica mais irritado, isola-se do seu grupo habitual ou das dinâmicas que realizou até agora, porque agora não as desfruta como antes, mente mais do que o habitual, há uma queda no nível académico… Assegura também que há sinais físicos, como o aparecimento do cheiro característico de álcool, ressacas frequentes no dia seguinte à saída de casa, sempre uma desculpa pronta quando pede para sair…”Esses sinais alertam pais e professores que o álcool se tornou a única forma de diversão dos adolescentes. É aqui que precisamos de intervir porque a deteção e a ação precoces podem evitar riscos e permitir-nos mudar a situação antes que o problema se agrave.”

José Manuel Saldua não gosta de falar sobre “perfil do bebedor” mas padrões frequentes, já que a gama é muito ampla:

• Um adolescente com baixa auto-estima ou dificuldades de integração encara o beber e beber como uma forma de se sentir mais seguro e aceite.

• Pessoas mais impulsivas ou propensas a sensações intensas.

• Jovens com ambientes familiares mal estruturados ou insuficientemente supervisionados.

“Em todos esses casos, há um denominador comum: a falta de ferramentas emocionais para administrar os sentimentos”, explica.

Por todas estas razões, este centro acredita que a família e a escola são os principais pilares da vida dos adolescentes porque, além dos amigos, são aqueles com quem passam mais tempo durante o dia. “A família é o primeiro agente preventivo, que não deve impor proibições, como muitos acreditam, mas deve assumir uma posição de diálogo e construir confiança. O adolescente precisa perceber que pode contar com o apoio e o ponto de vista dos pais sem ser julgado. Da mesma forma, a escola desempenha um importante papel educativo: ensina a reconhecer a pressão do grupo, fornece as ferramentas necessárias para tomar decisões informadas e ensina os adolescentes a compreender as consequências do consumo. Por isso é tão importante que casa e escola trabalhem de forma coordenada, enviando mensagens claras e consistentes. Só assim poderemos ter um impacto real no comportamento dos jovens.”

Contudo, a realidade mostra que existem muitos pais estão desesperados vendo seus filhos chegarem em casa bêbados. Para travar esta batalha, José Manuel Saldua aconselha, mesmo que seja difícil, manter a calma. “A reação natural está mais próxima da raiva ou do medo do que do diálogo e da compreensão. Mas, em tais situações, é importante manter-se com os próprios pés. “Lutas” e punições, Embora sejam ferramentas que existem e servem, muitas vezes fecham a porta para conversas. Portanto, é aconselhável que a situação se acalme e no exato momento em que você tiver que conversar com ele por ansiedade.”

Nesta conversa O ponto principal é que:

• O adolescente entende, além da desobediência, quais os malefícios que está causando ao seu corpo e o que tal prática pode acarretar.

• Mostre-lhes como é, como pai ou mãe, ver situações semelhantes em casa.

• Pergunte a si mesmo por que você se sente assim.

“Perguntar, ouvir e entender o motivo do consumo ajuda muito mais do que ameaças ou punições vazias. Porém, se a situação fugir do controle e os episódios se repetirem ou o adolescente ficar indiferente, é preciso procurar ajuda e se colocar nas mãos de profissionais. A família pode e deve agir, mas se a situação se agravar e as ferramentas não forem suficientes, haverá pessoas qualificadas que poderão ajudar.

Porém, com essas falas, Saldua envia uma mensagem clara e concisa, mas poderosa, aos adolescentes que bebem álcool: “O prazer não anda de mãos dadas com a bebida. Divertir-se não depende de você beber ou não, mas sobre como você vive essa experiência. Cada lanche deixa uma marca no cérebro há memória e capacidade de tomar decisões, mesmo que no dia seguinte pareça que tudo foi esquecido. Beba até perder o controle Não é um sinal de maturidade ou liberdade Esta é uma forma de colocar em risco a sua saúde e o seu futuro.”