O presidente da Câmara de Barcelona, Jaume Colboni, venceria as eleições autárquicas se estas se realizassem agora, com a intenção de voto direto a representar 12,1% das respostas, segundo o barómetro municipal de terça-feira, que coloca a ERC em segundo lugar (7,9%) e o Commons em terceiro (6,9%). A sondagem, que vem à tona um ano e meio antes das eleições, aponta que a extrema direita vai disparar, somando 6% dos votos: o Vox vai cair de 3,5% dos votos nas últimas eleições para 2,1%, mas a Aliança Catalana vai invadir o plenário da Aliança Catalana com a intenção de votar 3,9%. Hunts, que vence as eleições de 2023, cairia de sua parcela de votos de 13,5% para 3,4%, um resultado pior do que o do partido liderado por Sylvia Orriols. Caso o percentual de intenção de voto fique abaixo de 3%, PP (2,4%), CUP (2,3%) e VOX (2,1%) serão afastados do conselho. Porém, a pesquisa mostra que 43% ainda estão indecisos.
O barómetro de final de ano, compilado pela Unidade de Pesquisa de Opinião Pública do Gabinete Municipal de Dados com base em entrevistas telefónicas a 803 pessoas entre 17 e 30 de novembro, mostra que o líder mais valioso do conselho é o presidente da Câmara, que obtém a pontuação mais elevada do mandato de 5,2, igual aos líderes do ERC Elisenda Alamani e Junts Jordi Martí Galbis, embora os cidadãos os conheçam menos.
Quanto ao tema que mais preocupa os cidadãos, a habitação consolida-se, atingindo 32,8% das respostas, um aumento de três pontos percentuais face ao barómetro de verão, quando era citada como uma das principais preocupações. Em segundo lugar está a insegurança (25,2%), e em terceiro, bem inferior, com 6,8% está a limpeza. Em quarto lugar estão os problemas relacionados com a imigração, que aumentam três décimas (para 6%). Por outro lado, o turismo é uma preocupação de quase seis pontos percentuais, com apenas 4,1% das respostas.
Relativamente ao estado da cidade, a maioria das respostas (55%) afirma que Barcelona piorou ao longo do último ano, em comparação com 20,4% que responderam que a situação melhorou e 21,2% que afirmam que a situação não mudou. E quando questionados sobre a governação municipal, 45,7% consideram-na boa ou muito boa, 33% – má ou muito má e 16% – normal.
Bonet: “Estamos preocupados que o discurso de ódio ganhe peso”
A vice-presidente da Câmara, Laia Bohnet, foi enfática sobre o aumento dos votos para a extrema-direita, tal como previsto pelas sondagens, expressando preocupação e chamando a oposição a prestar contas. “Estamos muito preocupados que o discurso de ódio esteja a ganhar terreno em Barcelona. Perante a retórica apocalíptica, não podemos fazer nada senão encontrar soluções para os problemas que dão origem a estas tensões”, afirmou, citando questões de habitação, segurança, gestão de bairros e turismo. E alertou: “Mais do que nunca, precisamos de uma oposição responsável e construtiva para que ninguém seja incendiário, como vimos em Badalona (referindo-se à gestão do despejo B9 pelo prefeito Xavier García Albiol do PP). O confronto apenas cria o clima para que a extrema direita cresça e polua nossos bairros”.
Quanto a outros aspectos, então número dois de Colboni observou que a habitação e a segurança continuam a ser as principais preocupações, “exatamente as áreas onde o governo da cidade está a agir”. Por fim, enfatizou que “seis em cada dez residentes de Barcelona pensam que a governação é boa, muito boa ou ok”, e destacou a pontuação e a intenção de voto de Colboni. “O PSC vai ganhar as eleições e superar os resultados de 2023”, disse, embora o barómetro de verão mostrasse uma intenção de voto na sondagem próxima dos 19%.