novembro 16, 2025
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A luta dos EUA contra o tráfico de drogas tem uma longa história e a sua guerra estende-se não só à América Latina, mas também à Ásia. Diário Washington Post informou com exclusividade esta semana que nos vinte anos que durou o conflito no Afeganistão (2001-2021), não só foram lançadas bombas sobre este país, mas também “bilhões” de pequenas sementes de papoulaque faziam parte de um plano secreto para manipular secretamente a colheita de papoula do Afeganistão, da qual é extraído o ópio.

Segundo a mídia americana, a CIA executou este projeto “altamente secreto” de forma intermitente durante mais de dez anos. O plano era cobrir os campos dos agricultores afegãos sementes modificadas que as plantas germinadas estavam praticamente livres dos produtos químicos usados ​​para processar a heroína.

Este programa secreto foi conduzido pelo Centro de Crime e Narcóticos da CIA, que começou sementes de papoula modificadas caíram do ar No Outono de 2004, os agricultores afegãos estavam a plantar culturas, e continuaram a fazê-lo com algumas interrupções até 2015. Muitas partes deste plano ainda são confidenciais, tais como o orçamento atribuído para o mesmo, o número de voos realizados ou a eficácia real que teve no terreno.

Para isso eles usaram Aeronave britânica C-130que voavam à noite para evitar serem detectados sobre os vastos campos de papoilas do Afeganistão, cuja heroína ajudava a financiar as armas dos Taliban e também representava grande parte do abastecimento mundial da droga, que era em grande parte destinada à Europa ou à antiga União Soviética.

As sementes usadas para sabotar as plantações de ópio afegãs não foram geneticamente modificadas, mas foram o resultado de uma longa seleção até que foi descoberta uma planta que continha menos alcalóides químicos usado para produzir heroína. O objectivo deste plano da CIA era que as plantas cultivadas a partir destas sementes fossem polinizadas localmente e eventualmente se tornassem a variedade dominante.

De acordo com Washington Postonde citam fontes próximas ao programa, esta campanha antidrogas no Afeganistão “Foi um fracasso total” devido a disputas entre agências em Washington, atritos entre os Estados Unidos e os seus aliados, apoio intermitente a Hamid Karzai – então presidente afegão – e ao seu governo, e às raízes do cultivo de papoilas nas zonas rurais do Afeganistão, indicam relatos dos meios de comunicação social.

Além do mais, O Pentágono 'resistiu repetidamente' a este plano da CIA, acreditando que “desviava a atenção da sua missão de destruir os terroristas islâmicos e combater os talibãs”.

“Parecia que funcionou. Mas talvez com o tempo sua eficácia diminuiu. “O esforço não valeu a pena”, disse um antigo funcionário dos serviços secretos aos meios de comunicação norte-americanos, que descreveu o programa como uma forma de pensar “criativa e inovadora” porque “resolveu o problema de uma forma não cinética e não militar”.

No entanto, um relatório de 2018 do Inspetor Geral Especial dos EUA para a Reconstrução do Afeganistão (SIGAR), que desconhecia esta operação secreta da CIA, concluiu que “nenhum programa antidrogas levada a cabo pelos Estados Unidos, pelos seus parceiros de coligação ou pelo Governo do Afeganistão redução sustentável alcançada no cultivo de papoulas ou na produção de ópio”.