Falando em sustentabilidade, Hecher Sosa O manual de instruções deve incluir esta terminologia. O lutador canário conseguiu o tão esperado contrato com o UFC após vencer uma luta em que arriscou tudo. Por enquanto está tudo “bem”. Esse … Incrivelmente, ele fez isso depois de saber da morte de seu pai no dia anterior. Ele decidiu seguir em frente e realizar o seu sonho, porque era um sonho compartilhado. Agora, passado o primeiro período de luto, pretende estrear-se no primeiro trimestre de 2026, e o horizonte que o espera é muito promissor no âmbito da Liga dos Campeões de Artes Marciais Mistas. O Guerreiro Guanche (como é apelidado) visita a Casa do ABC para analisar seus próximos passos no UFC.
-Como você está, Hecher? Ele finalmente é um lutador do UFC.
-Realmente é muito bom, é sempre um prazer me comunicar com vocês, principalmente porque já sou lutador do UFC. Já falei muitas vezes que já me sentia um lutador do UFC, mas agora é realidade, estou ansioso para iniciar minha jornada na maior empresa do mundo.
“Eventualmente, você visualizou tanto isso que acho que se tornou normal para você.”
-Sempre me senti assim, cumpri o que prometi, foi algo normal, estou no meu habitat natural e quero continuar crescendo. Quando acaba um sonho, começa outro, agora começa o que eu queria há tanto tempo, lutar no UFC e mostrar do que sou capaz.
– O que você mais notou na carreira de lutador do UFC?
– Principalmente entre os fãs, acho que minha história vendeu muito bem, sobre o momento em que tive que lutar (o pai dele morreu um dia antes da luta, o que lhe permitiu conseguir um contrato com o UFC) e o que eu fiz… Meu número de inscritos aumentou significativamente, as pessoas me pedem muitas fotos, para mim é algo incrível porque sou um garoto de Lanzarote, viajando pelo mundo e sendo solicitado a tirar fotos – é impressionante.
-As pessoas simpatizaram com sua história, com o fato de ele ter que travar a batalha mais importante de sua vida, sabendo que seu pai morreu poucas horas depois da luta.
-Sim, fiz o que poucos farão: para chegar onde deseja, você precisa fazer o que outros não fariam. E foi isso que eu fiz. Lutei em circunstâncias muito difíceis, fiz um bom papel, dominei durante 15 minutos, tentando finalizar a luta desde o início. Em relação ao tema do meu pai, tudo isso afetou muito as pessoas, é uma coisa muito difícil, não desejo isso para ninguém, mas me fez crescer como atleta e como pessoa.
– Em sua última luta, que lhe rendeu contrato com o UFC, ele conseguiu demonstrar muito do seu jogo em 15 minutos.
-Sim, eu precisava terminar. Mas sempre falei que sou muito realizado, me sinto bem em todas as áreas, as pessoas acham que sou um “atacante” porque é assim que costumo fazer minhas lutas, mas lutei com um cara bem mais alto que eu, nocauteei ele e controlei no chão. Estou pronto para qualquer situação, ainda tenho muitas armas guardadas.
– O UFC sabia da sua situação pessoal e se ofereceu para cancelar a luta, certo?
– Sim, eu estava na academia no domingo, perdendo peso, e meu empresário apareceu com a equipe do UFC para me dizer para parar a luta, para não me preocupar que isso pudesse acontecer novamente mais tarde. Mas eu disse que não, que estava em Las Vegas para cumprir uma missão, para representar meu pai, sabia que ele deixou o corpo para ficar comigo, e foi isso que fiz.
Hecher Sosa, que visitou a redação do ABC, recebeu o tão esperado contrato com o UFC após vencer o Contender Series. Seu desempenho após saber da morte de seu pai um dia antes tocou o coração do CEO do UFC, Dana White. Ele lhe entregou um bilhete escrito a tinta na perna de um canário: “Eu sei o maldito motivo pelo qual um dia seu sobrenome será conhecido”.
– Assim que tudo acontecer, com o contrato em mãos, imagino que ocorrerá um declínio emocional.
-Sim, principalmente quando cheguei em Lanzarote. Quando entrei em minha casa, senti como se meu pai não estivesse lá, minha mãe ficou arrasada, fui atingido pela realidade de tudo que minha família estava passando… E eu estava longe. Mas o que me resta é que consegui dar alegria a eles, realizei o meu sonho, que também era do meu pai. Mas quando vim para o UFC não fiquei tão feliz quanto pensava. Por causa do meu pai, tudo ficou escuro. Tive um mês um pouco difícil.
-E como você está agora?
-Já melhorou um pouco, a dor nunca passa, mas você aprende a conviver com isso, já estou treinando como antes, dediquei o tempo que precisava para ficar com minha família, o que tinha que fazer. Agora estou ansioso para dar o próximo passo e focar na minha carreira esportiva, Hecher Sosa permanecerá por um tempo.
-O que vem por aí para você no UFC?
-Me ofereceram uma luta no dia 15 de novembro no Madison Square Garden, mas era muito cedo, precisava de um tempo para descansar e mudar de campo de treinamento, enquanto me convinha, mas preciso subir de nível. Quero continuar sendo o mesmo lutador ativo que me trouxe até aqui, gostaria de fazer isso em março em Las Vegas, em julho em Londres e no final do ano em Nova York. Ganhe os dois primeiros e renove meu contrato.
-Você está bem claro onde precisa assinar?
-(Risos). Você não precisa assinar nada, apenas trabalhar e fazer.
-Tem outro lutador que participou do Contender Series, Mark Vologdin, que o convidou para estrear no UFC.
– Sim, derrotei o companheiro dele Bilal Tipsaev, e eles estão apaixonados por mim, acho que têm minha foto pendurada naquele ginásio para motivá-los nos treinos (risos). Todos neste clube me desafiaram. Não tenho um nome específico que quero lutar e que as pessoas me chamam. Vou nocautear quem quer que seja.
– Quer analisar possíveis adversários no UFC?
– Sim, sempre, além de assistir todas as lutas do UFC do meu peso, estudei possíveis adversários, inclusive os que estão no topo. Também aprendo com eles me imaginando lutando contra eles, e no dia em que tiver que lutar contra um deles, já terei feito isso na minha cabeça.
-Que conclusões o UFC tirou após a luta? Qual é a opinião deles sobre você?
-Disseram-me que a minha história estava aí, que quando cheguei a Lanzarote estava acompanhado de vários cinegrafistas, e que queriam que eu lutasse em provas numeradas, que entrar no UFC e lutar nessas provas era quase tocar o céu. Disseram-me que tinha uma longa jornada pela frente dentro da empresa e que assim seria.
– Tenho a sensação de que você foi o lutador espanhol que esteve mais perto de entrar no UFC, mas o próximo ainda está um pouco longe. Que conselho você daria aos lutadores espanhóis que vêm de trás?
– Tenha paciência porque estive lá quase 3 anos, lute com qualquer um, se você quer lutar no UFC não pode recusar lutas e se cuidar. Porque agora é comum parar de treinar depois de uma briga ou se dedicar à festa, mas nunca se sabe quando essa oportunidade vai surgir.