novembro 16, 2025
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MADRI, 16 de novembro. (EUROPA PRESS) –

O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, apelou ao povo venezuelano para uma mobilização “constante” face à escalada das tensões com os Estados Unidos, que não descarta qualquer ação contra o país latino-americano e que anunciou esta sexta-feira o início de exercícios militares ao largo da costa de Trinidad e Tobago.

“Apelo mais uma vez a todos os habitantes dos estados do leste (…) numa fusão perfeita de pessoas, militares e policiais, para estabelecerem uma vigília e uma marcha permanente nas ruas com a bandeira venezuelana hasteada bem alto”, disse o presidente venezuelano a milhares de pessoas nas ruas de Caracas, num comunicado publicado pela Telesur.

Maduro disse que o mandato é uma resposta aos exercícios militares “irresponsáveis” e “ameaçadores” em águas próximas ao território venezuelano que representam um passo em direção a uma presença cada vez maior dos EUA no Caribe.

“Eles dizem que farão isso de segunda a quinta-feira (manobras). Bem, o povo de Trinidad e Tobago verá. Se continuarem a tolerar o fato de que estão usando suas águas e suas terras para ameaçar seriamente a paz do Caribe”, disse o presidente venezuelano na cerimônia de posse dos Comitês Bolivarianos Básicos Abrangentes (CBBI), que afirma ser a base da estrutura do governante Partido Socialista Unido da Venezuela. (PSUV).

Por seu lado, o presidente dos EUA, Donald Trump, garantiu esta sexta-feira que já determinou quais serão os próximos passos do seu governo em relação à Venezuela e ao tráfico de droga nas Caraíbas, garantindo que foram feitos “progressos”, sobre os quais não pode divulgar mais detalhes neste momento.

A ameaça militar nas águas perto da Venezuela aumentou nos últimos meses devido ao envio de navios como o USS Gerald R. Ford ou aos ataques persistentes a navios nas Caraíbas que se acredita transportarem drogas, que já mataram mais de 70 pessoas.

As Nações Unidas, bem como os governos da Venezuela e da Colômbia, condenaram a prática como execuções extrajudiciais e observaram que as vítimas seriam principalmente pescadores.

“HÁ ARMAS DENTRO, NÃO ATAQUE SEU POVO”

A membro da oposição Maria Corina Machado apelou aos funcionários do governo venezuelano para “deporem as armas” quando “chegar o momento certo”, numa mensagem dirigida aos funcionários do governo que desobedecem às autoridades venezuelanas e mostram desafio face a “esta barbárie”.

“Aqueles que obedecem a ordens vergonhosas destroem a vida dos seus irmãos. Sentem-se culpados, não conseguem olhar nos olhos dos seus filhos ou das suas mães”, disse um recente vencedor do Prémio Nobel da Paz.

Além disso, ele pediu que fossem “um orgulho e não uma vergonha para (sua) família”. “O dia está chegando, junte-se a nós. A Venezuela e seus irmãos estão esperando por você”, disse ele.