O Departamento de Defesa do Consumidor lançou o que considera ser a sua “maior campanha de monitoramento e vigilância” contra a fraude antes da Black Friday, que será celebrada na última sexta-feira de novembro, como todos os anos. O anúncio foi feito segunda-feira pelo ministro Pablo Bustinduy, que explicou que no ano passado foram aplicadas multas até 350 mil euros a sete grandes empresas. No âmbito desta campanha, a Direção Geral do Consumidor irá realizar “monitoramento em massa” de preços e mercadorias para identificar descontos falsos e, pela primeira vez este ano, também explorará outros “padrões obscuros”, como preços por gotejamento, vendas em contagem regressiva ou preços personalizados.
“A lei neste país será respeitada, por maiores e mais influentes que sejam as empresas envolvidas nestas práticas”, frisou o ministro, lembrando que o seu departamento já atuou com a mesma determinação na investigação das atividades das companhias aéreas. orçamento ou grandes agências imobiliárias, plataformas de apartamentos turísticos e operadores de vendas on-line. No mesmo tom, Bustinduy quis enviar um sinal “muito claro” às grandes empresas: “Ganhar dinheiro com modelos dark acabou. “Quem tentar ganhar dinheiro enganando os consumidores pagará por isso.”
Assim, o consumo será responsável por evitar que as empresas se envolvam em práticas “fraudulentas, abusivas, enganosas ou ilegais” em qualquer área das relações económicas e comerciais, tanto durante a época de compras da Black Friday como na subsequente Cyber Monday. Em especial, serão monitorados casos de fraude, como descontos falsos que envolvam aumentar o preço de um produto antes de uma data especificada e, em seguida, reduzi-lo ao preço originalcriando assim uma falsa crença entre os consumidores de que estão comprando um produto com desconto.
Além disso, este ano o monitoramento será ampliado para incluir outros “padrões obscuros” identificados pelo ministério após a realização de uma “auditoria tecnológica” da Internet. Práticas como preços de gotejamento, que envolvem ocultar parte do custo total no início do processo de compra e adicionar taxas obrigatórias (comissões, taxas de gestão, sobretaxas, etc.) no final. Eles também ficarão de olho “Tecnologias de vender sob pressão” entre os quais o ministério identifica “relógios de contagem regressiva irrealistas”, “falsos relatórios de escassez” ou “quaisquer outros recursos concebidos para criar um sentido artificial de urgência” que procuram levar os consumidores a tomar decisões precipitadas, mesmo sem se aperceberem.
Será verificado de forma semelhante se em “preços dinâmicos” que permitem alterar a sua quantidade durante o processo de aquisição, as empresas explicam corretamente os fatores que influenciam essas alterações de preços. Ao longo destas linhas preços personalizados com base em dados pessoais que, segundo o Consumo, “podem dar origem a situações discriminatórias e violar os direitos dos consumidores; e ainda comparação de preços enganosa, Ou seja, aquelas em que uma empresa compara um preço com desconto com outro que não tem sido utilizado regularmente no mercado, criando a aparência de uma poupança que ultrapassa em muito a real.
Segundo o departamento, a investigação incidirá principalmente nos operadores de comércio eletrónico, com especial atenção aos produtos de chá.têxteis, brinquedos, eletrodomésticos e pequenos eletrodomésticos.