novembro 19, 2025
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MADRI, 18 de novembro (EUROPE PRESS) –

A líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, revelou um roteiro para o futuro da Venezuela na terça-feira, chamado de “Manifesto da Liberdade”, no qual ela estabelece os “princípios” para um governo de transição no país latino-americano além do governo de Nicolás Maduro.

“Estamos no limiar de uma nova era em que os nossos direitos naturais prevalecerão. O longo e brutal abuso de poder deste regime está a chegar ao fim. Uma nova Venezuela surge das cinzas, renovada em espírito e unida em propósito, como uma fénix renascida: feroz, radiante e imparável. (…) A nossa liberdade individual atingirá o seu máximo na Venezuela, onde a liberdade brilha”, disse ele.

O documento, que estabelece a “dignidade” e a liberdade como princípios fundamentais, começa por estabelecer que “uma Venezuela renovada garantirá o direito à propriedade e a devolução dos bens roubados”, sublinhando que “este não é um privilégio de uma elite”, mas um “direito fundamental”.

Assim, ele argumentou que o governo, “em vez de interferir indevidamente”, criaria “as condições para o florescimento de uma economia livre e competitiva”. “A riqueza da Venezuela nunca mais estará concentrada nas mãos de um poder centralizado. Imaginemos uma nova Venezuela, líder do Hemisfério Ocidental, transformada no principal centro energético do mundo: um símbolo de independência e inovação”, disse ele.

Machado defende o estabelecimento da liberdade de expressão como “a pedra angular de toda liberdade”, argumentando que “quando as vozes são silenciadas, a corrupção cria raízes e a justiça desaparece”. Neste contexto, defendeu que “as pessoas devem poder falar sem medo de assédio, censura ou represálias”.

Ele também chamou as urnas de “sagradas” e, portanto, enfatizou que “todo venezuelano deveria ter o direito de votar com segurança e sem qualquer manipulação”: “Que as eleições na Venezuela se tornem mais uma vez um símbolo de honra e não de opressão”, pediu, antes de defender a “cooperação e cooperação internacional”.

A oposição também exigiu o respeito pela liberdade de reunião, salientando que “o protesto civil pacífico não ameaça o país, mas fortalece-o”; o direito à segurança, restaurando a confiança entre o Estado e os seus cidadãos e reformando as forças de segurança; e com a política de regresso a casa “os nove milhões de venezuelanos que foram obrigados a abandonar as suas terras”.

Por fim, propôs que a educação “ressuscite” para contribuir para o progresso do país através da inovação e da tecnologia, aspectos através dos quais pretende deixar para sempre a “cultura da corrupção”. Da mesma forma, condenou a destruição da Amazônia venezuelana como um “desastre ecológico” e um “desastre moral”.

A proposta de Machado surge depois de as autoridades venezuelanas terem dado a vitória a Maduro nas eleições de julho de 2024, nas quais ela se apresentou como candidata, mas foi desqualificada, apesar da oposição denunciar a fraude e de o partido no poder se recusar a entregar os protocolos que confirmavam a sua vitória. Desde então, Machado esconde-se “algures na Venezuela” e o candidato da oposição que finalmente enfrentou Maduro nas eleições, Edmundo Gonzalez, exilou-se em Espanha.