novembro 19, 2025
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Hoje é a COP30, um grande encontro internacional onde se deposita grande parte da esperança política no combate ao aquecimento global – talvez de forma excessiva -. Ano após ano vemos o mesmo quadro: declarações solenes, compromissos vagos e progressos que ficam muito aquém do necessário. A evidência mais convincente é que, desde a primeira conferência da ONU, as emissões globais de CO₂ não pararam de aumentar – exceto durante o ano pandémico.

As emissões permanecem inalteradas este ano. Prevê-se que as emissões fósseis aumentem cerca de 1%, de acordo com os dados mais recentes do Global Carbon Project. A redução da desflorestação e dos incêndios levará a uma pequena redução nas emissões causadas pelas alterações no uso do solo, mas o equilíbrio global é devastador: adicionaremos mais 42 gigatoneladas de CO₂ à atmosfera até à véspera de Ano Novo. Se quiséssemos verdadeiramente estabilizar as temperaturas globais médias, as emissões líquidas já teriam de chegar a zero. Por esta razão, a maioria dos especialistas concorda que o objectivo de limitar o aquecimento a 1,5°C até 2100 é actualmente inatingível. A Agência Internacional de Energia alerta que, sob as políticas actuais, estamos a aproximar-nos de temperaturas de cerca de 2,4°C, um nível que poderá causar mudanças perigosas e imprevisíveis nos sistemas biofísicos da Terra.