MADRI, 20 de novembro (EUROPE PRESS) –
A ministra dos Negócios Estrangeiros da Colômbia, Rosa Villavicencio, disse esta quarta-feira que Bogotá apoiará a demissão do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, através de negociações “sem necessidade de o colocar na prisão” e com um governo de transição antes da realização das eleições, na sequência de informações sobre a alegada oferta do Presidente venezuelano ao seu homólogo norte-americano, Donald Trump, para deixar o cargo dentro de dois anos.
“Acho que Maduro adotará essa abordagem”, disse Villavicencio à agência de notícias Bloomberg quando questionado sobre o assunto. “Ele poderia sair, talvez sem ir para a prisão, e poderia aparecer alguém que pudesse fazer essa transição, e a eleição poderia ser legítima”, disse ele.
Para a chefe da diplomacia colombiana, uma saída segura para Maduro seria a “coisa mais saudável”, mas destacou que é necessário o apoio da oposição para que o plano seja viável, e esta foi a primeira proposta concreta de Bogotá neste sentido desde as disputadas eleições de julho de 2024.
Na mesma quarta-feira, Villavicencio convidou o executivo colombiano a mediar “problemas internos” e apelou ao “respeito pela soberania” da Venezuela, ao mesmo tempo que deplorou que a “presença militar exorbitante” dos Estados Unidos na região representasse uma “ameaça à América Latina e às Caraíbas”.
Os comentários do ministro colombiano foram feitos depois que o The New York Times compilou informações sobre a suposta proposta de Maduro à Casa Branca, em meio à crescente pressão para que ele renunciasse em dois anos.
Caracas apresentaria esta proposta como parte de negociações indiretas iniciadas por Washington e simultaneamente com a aprovação do Presidente dos EUA, Donald Trump, para desenvolver atividades da CIA na Venezuela.
Tanto Trump como Maduro insinuaram esta semana um possível diálogo, embora este último ainda não tenha respondido à reportagem do jornal norte-americano.
Nos últimos meses, o país norte-americano intensificou a sua atividade militar nas Caraíbas, onde realizou o seu maior destacamento naval desde a crise dos mísseis cubanos, com a chegada de 15.000 soldados e do porta-aviões Gerald R. Ford.
O Exército dos EUA realizou pelo menos 21 explosões nas águas do Caribe e do leste do Pacífico, matando 83 pessoas em barcos suspeitos de transportar drogas.