novembro 21, 2025
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O governo colombiano recuperou cinco objetos e fragmentos dos destroços do galeão espanhol San José, que naufragou em 1708 perto de Cartagena das Índias e foi encontrado em dezembro de 2005, informou o Ministério da Cultura. “Um canhão, uma xícara de porcelana e três macuquinas (moedas), além de dois fragmentos de porcelana e restos de sedimentos associados a esses objetos foram coletados a bordo dos navios da Marinha colombiana”, disse o departamento.

“Essas evidências físicas serão utilizadas para a realização de pesquisas arqueológicas e análises arqueométricas, ou seja, estudos composicionais laboratoriais que nos permitirão responder questões relacionadas ao projeto de pesquisa, como origem, cronologia e tecnologias de produção, entre outras, com as quais essas conclusões poderão ser confirmadas”, diz o texto. O San José, que pertencia à frota espanhola, foi afundado por uma frota de corsários ingleses em 8 de junho de 1708, quando se dirigia a Cartagena das Índias, carregado, segundo as crónicas da época, com quase 11 milhões de moedas de ouro e prata recolhidas na feira de Portobelo (Panamá).

“Foram implementados protocolos rigorosos de seleção dos objetos arqueológicos recolhidos para que, com base no significado científico e na viabilidade técnica da robótica subaquática da Marinha, se pudesse determinar quais os materiais inorgânicos representativos, como a cerâmica (porcelana) e os metais (ouro e bronze), que contribuem para responder às questões do projeto de investigação”, detalha o documento.

Em 5 de dezembro de 2015, o então presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou a descoberta dos destroços, que a Espanha reivindica ser propriedade de um “navio de estado” que arvora a sua bandeira sob as regras da UNESCO. O governo colombiano, por sua vez, declarou San José um “sítio de interesse cultural submerso” e desde o início convidou a Espanha a tratar os destroços como património comum.

A primeira fase do projeto de pesquisa colombiano examinou os restos de um navio encontrado a cerca de 600 metros de profundidade e catalogou 1.138 objetos no que é chamado de estudo não intrusivo do contexto arqueológico. “A segunda fase visa o aprofundamento da investigação através da análise direta de objetos arqueológicos, o que implica a sua recolha para a sua estabilização, ou seja, adaptação gradual à mudança do ambiente marinho para o terrestre, e a sua preservação em condições óptimas”, explicou o Ministério da Cultura.