“Transição. Passo mais ou menos rapidamente de uma ideia para outra”, ecoa no Congresso pelos lábios de um pianista sentado sob o pódio.
Nesse momento, a equilibrista, localizada onde costumam sentar-se os estenógrafos do Congresso, coloca as mãos sobre a mesa, faz parada de mão e abre as pernas com uma perversão que surpreenderia até Sánchez.
Foi assim que os “equilíbrios” e “pactos” que possibilitaram o entendimento mútuo após a morte do ditador foram apresentados na Câmara na peça “Memória em Palco”.
Franco Faleceu em 20 de novembro de 1975 e, segundo a dramatização, levou consigo 1976 e grande parte de 1977. O comissário do governo quis contar aproximadamente essa história no Congresso dos Deputados em sua memória. “50 anos grátis”.
O ditador morre, e logo depois ele Michael Roca discutindo o artigo 2º da Constituição e defendendo que Espanha é uma “realidade plurinacional”.
Nenhum vestígio Lei de Reforma Políticaaprovado um ano após a morte de Franco e com a ajuda do qual as Cortes de Franco se tornaram hara-kiri.
Investidura Adolfo Suárez nem a Lei da Anistia de 1977.
Graças à arte do birlibirlok, Franco morre, e comparecemos diretamente nas Cortes Constituintes ou junto com Santiago Carrilloregressou do exílio como se nada tivesse acontecido, defendendo em 27 de julho de 1977, a necessidade de um governo de “concentração nacional” que instalasse “mais termelétricas” para desenvolver a indústria mineira. É claro que o da esquerda não era verde.
desempenho Tudo começou com uma jovem que, descendo as escadas do salão, cantou uma versão Joan Manuel Serrat de um poema Miguel Hernández “Pela liberdade.”
Daí surgiram os discursos: Fernando Guillén Cuervo deu uma voz Concurso Galvan em 1978, quando o “Velho Professor” ainda pertencia ao PSP antes de se fundir com o PSOE.
Ele seguiu Michael Rocarealizado Antonio Gil, e mais tarde Adolfo Suárezencarnado José Manuel Sedareferindo-se aos Pactos da Moncloa de 27 de outubro de 1977.
O ato foi encerrado pela atriz Cozinheiro Buntingtraduzindo o discurso do Primeiro Ministro da Democracia, Soledad Becerril, em defesa do papel da mulher.
“Frankistas e torturadores”
Não houve discursos nem do PSOE nem da Aliança Popular. Embora Tierno Galván eventualmente se encontrasse nas fileiras dos socialistas como prefeito de Madrid. Caminho semelhante seguiu Soledad Becerril, que depois de deixar a UCD ingressou no PP e se tornou a primeira prefeita de Sevilha.
Ao final do evento houve um discurso Árias Navarro e seu agora famoso “Franco está morto”.
O Congresso então explodiu em aplausos.
As vagas foram ocupadas por alunos de vários colégios de Madrid, bem como por alguns deputados como Patsy Lopez ou Bermúdez de Castro– e o ministro Elma Saiz.
Houve também uma pequena representação de deputados veteranos. Entre eles está o ex-Ministro do Interior da UCD e, antes disso, Ligação Sindical em 1975. Vila Rodolfo Martinque não escondeu algum desconforto quando o pianista interveio e queixou-se de que em 1977 “os ministros e algozes de Franco ainda estavam sentados neste Congresso”.
O político veterano colocou as mãos nos óculos e pareceu se perguntar, mesmo que apenas por um momento, no que havia se metido.
O evento terminou da mesma forma que começou: com música. De Serrat à “camisa branca Espanha” que ele popularizou Ana Belénrealizado Vera Herrero.