novembro 21, 2025
IMG-20251120-WA0006-U06661686726JOB-1024x512@diario_abc.jpg

Gastronomia é cultura: Romain Fornell junta-se à muito limitada sociedade (cento e vinte e cinco mil galardoados) dos Cavaleiros da Legião de Honra, o mais alto galardão da República Francesa, que Napoleão instituiu em 1804. O chef agradeceu o prémio, que partilha com sua família, suas equipes, seus professores e “todos que acreditaram em mim”. Para ele, receber a Legião de Honra significa um compromisso renovado com “a culinária, a excelência e a transmissão dos pratos”.

Numa cerimónia no Restaurante Azul presidida pelo antigo Primeiro-Ministro Manuel Vallso chef é reconhecido como “chef” em seu país há três décadas. Formado com apenas quinze anos no prestigiado Hoteliers' Lycée de Toulouse, cidade onde nasceu em 1976, Fornell atingiu o culminar de uma carreira que começou em 1996, quando chegou a Barcelona em segundo lugar na La Maison du Languedoc Roussillon. Um ano depois regressou a França para trabalhar com Michel Sarran e Alain Ducasse. A formação de ambos os chefs encorajou-o a encontrar o seu próprio caminho em 2000, com a abertura do Chaldette: um ano depois, o seu trabalho criativo no restaurante Lozère foi premiado com uma estrela Michelin. Ele tinha 24 anos e era o chef mais jovem da história.

Em 2002, Fornell renovou seu relacionamento com o Barcelona. Dirigiu o restaurante Diana do Ritz (hoje Palace), que mudou de nome para Caelis: chegou a segunda estrela Michelin. Desde então, o trabalho de Fornell se expandiu para incluir iniciativas restaurativas e consultoria. Desde 2015, Fornell é diretor gastronômico do Hostal de La Gavina (Candlelight), hotel Ohla Barcelona, ​​e em 2019, junto com seu sócio Hugues de Montfalcón, promoveu o grupo Goût Rouge: Caelis, La Passohla, Rooftop Ohla Barcelona, ​​​​Azul Rooftop Barcelona, ​​​​Tejada Mar, Café Turó, Café Pablo e Casa Tejada.

Aficionado pelo rúgbi, que jogou na juventude, ele acredita que administrar um restaurante deve ser o oposto de um “scrum” e pautar-se pela ordem e pela seriedade. Como uma conta em 'Cozinheiro. França à mesa' (“Planeta Gastro”) Aos quinze anos, sem vontade de aprender nada e matriculado na escola de culinária de Toulouse, descobriu sua disciplina: “Comecei a pensar que sim, que era bom dar ordem à ordem e não ao caos, esse comando era legal.”

Fornell, que em breve fará cinquenta anos, combina a cozinha francesa e espanhola: nos seus restaurantes não faltam pratos de arroz, pão com tomate, presunto ibérico ou croquetes. Se no início da carreira de chef, ainda na década de oitenta, cozinha francesa Este era o padrão da culinária catalã. Hoje, a gastronomia espanhola tornou-se internacional e Fornell integra-a na ementa dos seus estabelecimentos. A atribuição da Legião de Honra a um chef que trabalhou mais anos em Espanha do que em França confirma ainda mais o papel de Romain Fornell como ponte cultural entre os dois países.