novembro 22, 2025
F2UOO6MY6ZFJBLT4Q5KLFFDXFE.jpg

A morte de um jovem estudante da Universidade Autônoma de Juárez Tabasco (UJAT) mais uma vez levantou alarmes sobre a brutalidade policial. Rodrigo Isidro morreu em seu carro no dia 14 de novembro, quando voltava para sua casa em Villahermosa, capital do estado, e foi perseguido por agentes do Ministério de Segurança e Proteção ao Cidadão, que abriram fogo. Os seus familiares marcharam esta sexta-feira para apontar a responsabilidade das forças de segurança do Estado e exigir justiça. Em nota, o Ministério Público informou que foi aberto um processo criminal para esclarecer as circunstâncias da perseguição e do tiroteio.

Rodrigo Isidro estudou veterinária. Sua rotina diária consistia em caminhar de casa para as aulas na UJAT ou até a fazenda para cuidar do gado. Na semana passada, seu pai ligou para ele às 19h16. para perguntar a que horas o esperavam em casa, e ele respondeu que já estava a caminho. À medida que os minutos passavam e ele não chegava, sua família entrou em desespero. “Liguei para ele às 20h, liguei e liguei até uma da manhã”, disse seu pai, Lucio Isidro Alvarez, à imprensa. A família de Rodrigo, que iniciou uma investigação paralela sobre sua morte junto às autoridades, afirma que após o telefonema final, o estudante foi perseguido por uma patrulha da polícia estadual que bloqueou seu caminho e abriu fogo contra ele.

Lucio Isidro Alvarez contou detalhadamente à mídia que seu filho apresentava três ferimentos de bala no corpo: um no pescoço, um no peito e outro no braço. A perseguição policial veio à tona graças ao depoimento de vizinhos que viram a patrulha perseguir Rodrigo Isidro até ele bater em um poste. “O meu filho era um bom homem, com muitos desejos e projectos. Tinha o seu próprio gado, o seu próprio carro, porque desde criança trabalhava para ter o seu próprio dinheiro”, disse e pediu aos cidadãos, caso tenham informações, que não tenham medo da polícia e contem o que viram naquela noite. “Não é justo, não é justo que essas pessoas, que têm o dever e a responsabilidade de cuidar de nós, tirem a vida dele”, concluiu diante das câmeras de televisão. “Cuidem dos vossos filhos, não os deixem sair para a rua, porque há vândalos na rua e são os mesmos polícias”, acrescentou.

A Procuradoria de Tabasco, quatro dias após a morte do jovem, publicou um comunicado no qual garante que foi aberto um processo-crime para esclarecer as circunstâncias do homicídio. A luta por justiça para os pais de Rodrigo Isidro junta-se à luta de outras famílias que condenaram os abusos das forças de segurança, como aconteceu com os familiares de Eric Omar Chavez na semana passada. Um jovem comerciante de 21 anos foi detido arbitrariamente na Cidade do México e morreu devido a espancamentos policiais. Três agentes foram detidos pelo ataque, que foi registrado em vídeo. “Está em curso uma investigação para apurar a atuação da polícia e apurar as responsabilidades”, disse a Polícia Metropolitana, que demitiu o diretor que supervisionava os agentes envolvidos no espancamento.