A Polícia Federal do Brasil deteve este sábado preventivamente o ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro, condenado por tentativa de golpe de Estado e que já se encontrava em prisão domiciliária, noticiou a imprensa local.
Uma equipe de agentes foi à residência de Bolsonaro em Brasília e prendeu o líder de extrema direita, que foi imediatamente levado para delegacias. A Polícia Federal do Brasil informou em breve nota que “foi realizada neste sábado em Brasília uma medida de prisão preventiva de acordo com decisão do Supremo Tribunal Federal”, embora não tenha especificado contra quem. Segundo o grupo Globo, o Supremo Tribunal Federal do Brasil ordenou a prisão preventiva do ex-presidente para “garantir a ordem pública”.
Em setembro passado, o Supremo Tribunal Federal condenou Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe. Esta é a primeira vez na história do país que um ex-presidente enfrenta pena de prisão por atacar a democracia depois de perder as eleições de 2022.
O juiz considerou então Bolsonaro e os outros arguidos culpados de tentativa de golpe contra Lula da Silva e de derrubada violenta do Estado democrático de direito (as duas acusações mais graves), bem como de criação de uma organização criminosa armada e de duas acusações relacionadas com danos e destruição de bens do Estado.
Nessa mesma sexta-feira, a defesa de Bolsonaro pediu ao Supremo Tribunal brasileiro que permitisse ao ex-presidente cumprir a pena em prisão domiciliária por motivos de saúde. O líder da extrema direita já estava em prisão domiciliar em sua residência em Brasília desde 4 de agosto do ano passado por descumprir uma série de cuidados no caso.
Segundo a imprensa local, a prisão provisória deste sábado não marca o início da execução, que era esperada para as próximas semanas, depois de o Supremo Tribunal ter rejeitado os primeiros recursos contra a sentença.
No âmbito do processo golpista, o Supremo Tribunal também ordenou na sexta-feira a prisão preventiva do legislador Alexandre Ramagem, aliado de Bolsonaro que também foi condenado no mesmo julgamento do ex-presidente após alegadamente ter fugido para os Estados Unidos.
A investigação mostra que o parlamentar deixou o Brasil em setembro passado pelo estado de Roraima, que faz fronteira com a Venezuela, e seguiu secretamente para aquele país ou para a Guiana Francesa antes de seguir para os Estados Unidos.
Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência, foi condenado a 16 anos de prisão pelos crimes de organização criminosa, golpe de estado e abolição violenta do Estado democrático de direito.