novembro 23, 2025
4BLA7JRTLBGPNIM4QEAX73SY6M.jpg

Sua avó deu a vida para salvá-la e agora está voltando para casa. Jazlyn Azulet, de dois anos, que ficou ferida na explosão de uma tubulação de gás em Iztapalapa no início de setembro, voltou ao México depois de dois meses e cinco dias de tratamento no Hospital Shriners em Galveston, Texas, um centro médico pediátrico especializado em queimaduras. A menina estava em estado crítico num hospital dos Estados Unidos para onde foi transferida após a explosão que matou 32 pessoas, incluindo a avó da menor, quando cobriu a neta com o corpo para evitar que as enormes chamas a alcançassem.

De acordo com o Fundo de Ajuda às Crianças Queimadas de Mishu e Mau, Jazlin Azoulet e a sua mãe regressaram a casa esta sexta-feira à noite de ambulância, depois de regressarem dos Estados Unidos. E agora o bebê começará o tratamento das consequências do acidente com queimaduras em 25% do corpo. O comunicado também expressa agradecimento à mãe da menor pela paciência e interesse pelo estado de saúde da menina.

A história de Jazlyn Azulet e sua avó Alicia Matias chocou o México dias após o acidente. A fotografia de uma mulher de 50 anos com roupas queimadas saindo da zona da explosão com a neta nos braços tornou-se uma imagem da coragem da “avó heroína”, como passou a ser chamada. Mathias sobreviveu à explosão, mas sofreu mais de 90% de queimaduras no corpo e morreu no hospital alguns dias depois. Ela trabalhava como supervisora ​​em ônibus que param perto da Ponte Concordia, em Iztapalapa, então naquele dia ela estava na área onde uma tubulação que transportava 49 mil litros de gás liquefeito de petróleo tombou, causando um grande vazamento, uma explosão e chamas de pelo menos 30 metros de altura.

No dia do acidente, o número inicial de mortos era de três pessoas e 70 ficaram feridas. Mas nos dias e semanas que se seguiram, o número de mortos aumentou até ultrapassar trinta. Entre eles estava um motorista de gasoduto. O especialista em tratamento da Faculdade de Química da UNAM, Gerardo Leyva, explicou ao EL PAÍS por que algumas das vítimas morreram vários dias após o acidente. “Existem lesões que atingem não só a pele, mas também músculos, ossos e tendões. Nestes casos, o paciente pode inicialmente parecer estável, mas morre alguns dias depois devido à gravidade interna da queimadura”, observou. “A pele regula a temperatura, retém a umidade e protege contra infecções. Sem ela o corpo fica indefeso”, explicou.

A Promotoria da Cidade do México investiga crimes de lesão corporal negligente, homicídio negligente e danos materiais negligentes. A chefe do departamento da capital, Berta Maria Alcalde, garantiu que a empresa proprietária da conduta manifestou a sua “disponibilidade para cooperar” e disponibilizar recursos financeiros para cobrir os prejuízos às famílias.