novembro 23, 2025
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“A primeira coisa é ouvir a vítima, depois todo o resto: proteger, revistar, deter e escoltar”. É assim que trabalham os agentes da Unidade de Família e Mulher (UFAM) da Polícia Nacional e da Unidade de Mulher e Menores (EUME). pertencer Unidade de comando orgânico Guarda Civil de Córdoba, que conversam com a ABC no 25º Dia Internacional contra a Violência contra a Mulher sobre o trabalho diário de combate a este flagelo, que não para, mas que ambos vêem um resultado positivo, nomeadamente que cada vez mais casos que antes estavam reprimidos estão a ser denunciados. “As mulheres de hoje não aceitam insultos nem insultos”, acrescenta o chefe da UFAM, Jorge Barrios, descendo as escadas da delegacia de Fleming.

Barrios dirige a UFAM em Córdoba desde 2022 e lembra que a última mulher morta na capital por violência sexista foi em 2019, no bairro Santa Rosa. Ele se tornou a milésima vítima na Espanha desde que existem registros. Desde então, eles têm experimentado uma onda de mudanças “organizacionais e legislativas” em constante atualização. Hoje esse Inspetor-Chefe coordena uma equipe de 24 policiais, divididos em investigação e defesaincluindo oito agentes protetores. “A primeira coisa que fazemos quando uma mulher chega é ouvi-la e acalmá-la; o impacto emocional que elas causam é enorme. Muitas permaneceram em silêncio durante anos, carregando consigo uma dor que nem sempre é visível”, diz ele.

Para o Inspetor-Chefe da Polícia Nacional, este primeiro contacto é crucial: “A vítima deve sentir que a polícia não é um elemento estrangeiro, mas sim uma pessoa em quem pode confiar, não julgamos”. Da Guarda Civil, Primeiro Sargento José Javier García. responsável pela EMUME concorda com este ponto de partida: “O primeiro passo é a Atitude, aí a vítima é entrevistada, ela está vestida e a gente tenta mantê-la segura para que ela possa denunciar.

Na UFAM, a zona de segurança tem oito policiais na capital. “São as pessoas certas para este serviço”, afirma Barrios, reconhecendo que serão sempre necessários mais recursos, mas defendendo que “as vítimas nunca sofrem por falta de protecção”.

Aliás, o inspetor responsável por esta unidade acrescenta que a proteção destas vítimas continua mesmo que não haja condenação: “Embora o tribunal não concorda Se emitirmos uma condenação ou uma ordem de proteção, podemos fornecer proteção policial se a avaliação de risco que realizamos o apoiar”, sublinha.

Nas zonas rurais, a EMUME coordena equipas distribuídas pela província que atribuem agente protetor cada vítima. “É sempre a mesma pessoa com o telefone 24 horas por dia, sete dias por semana. Essa intimidade é necessária para trabalhar com a vítima, cria-se uma conexão”, lembra Garcia. Sua divisão também supervisiona as equipes da Viogen e os locais de atendimento especializado.

Primeiro Sargento José Javier García, chefe da Guarda Civil da EMUME em Córdoba

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“Os agentes de proteção distribuem os casos para que levem sempre a mesma vítima, conheçam todo o caso detalhadamente e que ela tenha sempre essa pessoa de referência a quem é atribuído um telefone de contacto 24 horas, para que tudo o que ela queira denunciar tenha sempre esse agente de proteção”, explica o responsável da EMUME. “Na nossa demarcação hoje temos 1.014 vítimas no sistema Viogen“, afirma o primeiro-sargento Garcia. Este é um número que exige um acompanhamento “detalhado e diário”, esclarece.

Quanto ao perfil de uma vítima de violência contra a mulher, Barrios é rápido em afirmar enfaticamente que “sem perfil vítimas; É transversal. Podem comparecer tanto uma mulher de 65 anos quanto uma mulher de 19 anos. “As mulheres mais velhas tendem a ser mais relutantes devido à cultura que recebem, mas estão a denunciar cada vez mais.”

Quando a vítima não quer denunciar…

Garcia partilha este sentimento com o território: “A dificuldade aumenta quando a vítima não quer denunciar. Nestes casos, o protocolo zero protege-nos – podemos continuar a investigá-lo e a protegê-lo – mas obriga-nos a recolher dados sem a sua cooperação direta”, explica o responsável do Instituto das Forças Armadas EMUME.

Quando uma denúncia aciona o mecanismo, a Polícia Nacional dá prioridade à garantia da segurança da vítima e do seu ambiente: “A primeira coisa a fazer é sempre proteger a mulher e os seus filhos, se houver. Depois agimos em conjunto com o agressor. Assim que a mulher sai da esquadra, deve dirigir-se à escritórios judiciais”destaca Barrios. Às vezes a própria equipe tem que descobrir: “Tem agressores que estão tentando evitar ações policiaiscomo desligar o celular ou se esconder em outro lugar, mas no final são todos descobertos e presos. A etapa judicial começa em questão de horas: “Geralmente não recebemos depoimento do agressor na delegacia; por recomendação de sua defesa, ele presta depoimento apenas em juízo”, esclarece.

Quando se trata de abuso psicológico, e não apenas de abuso físico, “às vezes o dano psicológico é devastador, até mesmo sem agressão física; há ataques à dignidade, ao controle económico, ao isolamento…”, explica o responsável da AFAM.

Ao demarcar a Guarda Civil, que controla 90 por cento do território em que está inserida dez por cento da populaçãoSegundo Garcia, “há vítimas particularmente vulneráveis: pessoas com deficiência, com problemas de dependência, com histórico de múltiplos abusadores…”.

Tanto a UFAM quanto a EMUME enfrentam os mesmos desafios no seu trabalho diário. equipamento de proteçãopor exemplo, o facto de existirem vítimas que relutam em denunciar, agressores que reincidem nos crimes ou um ambiente familiar hostil. Barrios resume assim: “Um dos maiores problemas são os casos resistentes. As vítimas são apanhadas num ciclo do qual é difícil escapar ou que repetem padrões de comportamento com diferentes agressores”.

Os dois chefes das unidades especializadas dos dois corpos concordam que não existe um perfil de mulher agredida. “Não depende da idade, nem da escolaridade, nem de ter filhos… nem de regiões ou momentos”, não se pode estabelecer um perfil porque atinge todas as camadas e todas as idades, embora seja verdade que quando são mais velhos, pela educação que receberam, são mais contidos na denúncia”, explica Barrios. A violência de género entre jovens ou menores também não é significativa, asseguram ambos os Corpos. um dia e apenas um ou nenhum outro”, acrescenta Barrios.