novembro 29, 2025
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Na República Democrática Alemã existia um regime de denúncia. “Vizinhos, pais, mães, tios ou primos trabalhavam para a Stasi”, alerta Charlotte Gnaisseautor do livro “Proxies” (Acantilado/Periscopi). A adolescente Karin, que mora em Gittersee, um subúrbio de Dresden, testemunha a fuga Paul, seu primeiro namorado, está no bairro oeste. A partir deste momento, o agente da Stasi, Vikvalz, passa a fazer parte de sua vida.

Nascida em 1992, Gneiss conheceu a RDA através dos seus pais: “Alguns dos meus tios tentaram fugir para o Ocidente e foram condenados a dois anos de prisão. “Os meus pais pediram para deixar o país e, passados ​​sete anos, foi-me permitido.” bomba atômica. “Os restos da mina foram usados para construir estradas, por isso há alta radioatividade na área”, observa.


  • Autor
    Charlotte Gnaisse
  • Tradução
    Alberto Gordo
  • Editorial
    Penhasco/Periscopia
  • Número de páginas
    208
  • Preço
    16 euros

A reunificação alemã, que tinha sido uma explosão de liberdade, deu lugar à desilusão e a uma certa nostalgia pelas “seguranças” do totalitarismo: “O desemprego aumentou, as empresas estatais fecharam, os suicídios e os abortos aumentaram, muitas pessoas sentiram pavor existencial”, observa Gneuss. A esquerda entrou em colapso e a extrema direita renasceu. Eram os mesmos esquerdistas que no Ocidente não queriam saber nada nem sobre o Gulag nem sobre os crimes do “socialismo real”. Lendo a imprensa em 1976, Gneiss observou “que a retórica 'antifascista' da RDA é a mesma que a retórica de Putin que justifica a invasão da Ucrânia”.

Quando a escritora publicou Confidentes em 2023, finalista do Deustcher Buchpreis, foi atacada por alguns dos seus compatriotas: “Acusaram-me de poluir o país”, recorda. Um produtor de cinema disse-lhe que teria gostado mais do romance se não fosse sobre a Stasi… “Eu fazia parte daqueles esquerdistas que construíram uma visão idealizada deste mundo e ignoraram a realidade”, conclui Gneuss.


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Sobre o autor
Sergio Dória

Jornalista e doutor em informática, ingressou na ABC em 1995, onde é editor de cultura, crítico teatral e literário e colunista. Autor de vários romances e professor de história do jornalismo.

Sergio Dória