novembro 28, 2025
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O Presidente do Brasil anunciou este domingo que o acordo entre a União Europeia e o Mercosul será assinado no dia 20 de dezembro no seu país. Tanto Brasília quanto Foz de Iguaçu estão sendo consideradas localidades. Luiz Inácio Lula da Silva esclareceu a data e apontou as duas cidades ao falar à imprensa em Joanesburgo, na África do Sul, depois de participar na cimeira do G-20 com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, entre outros aliados. “Este é provavelmente o maior acordo comercial do mundo”, disse o brasileiro sobre o acordo, que levou quase 25 anos para ser elaborado.

Lula resumiu em dois números a escala daquela que se tornaria a maior zona de comércio livre do mundo: um acordo que envolve quase 722 milhões de pessoas entre a UE e os quatro países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), num total de 22 milhões de dólares em PIB. Ambos os lados assinaram o capítulo político do acordo há um ano.

A guerra tarifária travada pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, aumentou significativamente a necessidade de ambos os blocos procurarem parceiros alternativos e chegarem a um acordo comercial que há tanto tempo está a ser elaborado. O presidente Lula está extremamente interessado em fechá-lo antes do final do ano, quando termina a sua presidência rotativa do bloco sul-americano e da Dinamarca da UE. O brasileiro confirmou que pretende concorrer à presidência no ano que vem, buscando um quarto mandato.

A França, que liderou a oposição ao pacto, exige uma cláusula de segurança para dar o seu apoio. Numa reunião paralela ao G-20, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noël Barrault, lembrou ao seu homólogo argentino, Pablo Quirno, as condições apresentadas pelo Presidente Macron como pré-requisito para o apoio francês ao acordo e, em particular, a necessidade de completar o desenvolvimento de uma cláusula de defesa forte com os parceiros do Mercosul”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês numa nota citada pela Efe.

Esta cláusula é um mecanismo legal que permitirá a uma das partes restringir temporariamente a importação de um produto específico se este causar danos específicos a um setor específico. A França está particularmente preocupada com o impacto das exportações de carne bovina do Brasil e da Argentina sobre os pecuaristas.

Lula admitiu à imprensa que depois da assinatura do texto, em dezembro, “há muito trabalho a ser feito para começarmos a usufruir dos benefícios desse acordo, mas vamos assiná-lo”.