novembro 25, 2025
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Desde 2019, dois activistas de Saragoça dedicam-se a remover por conta própria as placas de Franco das fachadas e portais da cidade. Afirmam já ter eliminado quase mil, embora ainda existam dezenas em diferentes áreas. Armando, um deles, explica que sua motivação é “respeitar a lei da memória histórica”.

Defende que as administrações devem ser responsabilizadas pelo desaparecimento destes elementos, mas denuncia que “ninguém as obriga a seguir a lei” e por isso agem de forma altruísta. “Fazemos isto porque é uma aberração que 50 anos após a morte de um ditador ainda existam símbolos do seu regime”, diz ele.

Começaram a retirar as placas à noite, mas logo decidiram fazê-lo em plena luz do dia para evitar suspeitas. Desde então, quase não houve incidentes, exceto insultos ocasionais de transeuntes. “No início discutimos até decidirmos não perder um minuto com os nazistas”, diz ele.

Na verdade, foram contactados duas vezes pela polícia local, que confiscou ferramentas como escadas e chaves de fenda. A certa altura, disseram, os agentes chegaram a perguntar às comunidades vizinhas se queriam denunciá-los, o que nunca aconteceu. Ele afirma que eles foram acusados ​​de danos, embora as placas tenham sido removidas “simplesmente arrancando algumas pontas” e sem danos.

No entanto, eles permanecem dedicados ao seu trabalho. “Continuaremos até que não haja mais ninguém em Saragoça, a menos que alguma instituição assuma o nosso trabalho”, afirma Armando.

Na semana passada, seu depoimento foi refletido no programa “Grupo Investigativo” do canal La Sexta, onde foi contada sua história.

Em 2022, o Tribunal de Instrução n.º 3 de Saragoça abriu um processo penal contra dois activistas depois de a polícia local os ter interceptado com vários distintivos e ferramentas. Na sua decisão, considerou que não existiam provas suficientes da prática de um crime porque os factos não correspondiam à categoria penal que lhes foi atribuída. O caso se baseia no fato de não haver dano ou conduta comprovada que justifique o prosseguimento do procedimento.

Sem reclamações, sem reclamações

A ordem observou que nenhuma das comunidades proprietárias afetadas apresentou reclamação ou reclamação financeira pelos alegados danos. Além disso, a defesa lembrou que durante muitos anos, a legislação estadual e local exigiu que as administrações retirassem emblemas deste tipo de edifícios públicos e privados. O juiz considerou estes argumentos relevantes e concluiu que as ações dos investigados não causaram nenhum dano e não foram objeto de denúncias daqueles que poderiam ser considerados vítimas.

A decisão veio depois que a polícia local interceptou dois jovens com placas e as ferramentas que usaram para removê-las. Ambos explicaram então que a sua intenção era remover símbolos que consideravam inadequados e que ainda eram visíveis apesar das regras em vigor. O juiz, após avaliar as circunstâncias, percebeu que não existiam fundamentos suficientes para cobrar-lhes a indemnização por danos, o que levou à instauração definitiva do processo.