novembro 25, 2025
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O Presidente do Conselho Provincial de Valência, o popular Vicente Mompo, admitiu esta segunda-feira que a mensagem ES-Alert enviada à população de Valência às 20h11 ET foi enviada à população de Valência às 20h11. O dia 29 de outubro de 2024 foi chamado para “alertar que poderia romper a barragem de Forata, mas não pelo que aconteceu em Orta Sul. Mompo, membro da comissão de inquérito ao Congresso dos Deputados, respondeu a vários grupos parlamentares e sublinhou a existência de um “apagão de informação” devido ao qual a mensagem foi enviada aos cidadãos “tarde demais”.

Mompo, que também é presidente da Câmara de Gabarda, explicou aos grupos parlamentares – numa sessão menos tensa do que a dos que já integram esta comissão – cada minuto do seu trabalho no Centro de Coordenação de Operações Conjuntas (Chekopi) e as decisões tomadas durante a tragédia de Cold Fall.

Diante do deputado Javier Sánchez do Podemos, Mompo explicou que isso só aconteceu às 19h. naquele dia fatídico, não foi considerada a possibilidade de utilização de uma ferramenta de notificação ao cidadão. Poucas horas antes, o então presidente das Cortes de Valência, Carlos Mason, telefonou duas vezes a Mompo para solicitar os números de telefone dos dois presidentes de Câmara de Valência. A primeira chamada durou 17 segundos e a segunda menos de 25.

Segundo suas lembranças, ele chegou a colocar a vida “em risco” ao ir para Checopee, onde chegou às 17h45. Mompo não fazia parte do centro de coordenação, mas decidiu ir porque os técnicos estavam lá. Uma hora depois da sua chegada, terá insistido durante mais de uma hora na necessidade de enviar um alerta “de uma vez por todas” aos cidadãos sobre o possível derrame da albufeira da Forata.

Questionado por vários grupos sobre o protocolo de envio de alerta aos cidadãos, o autarca afirmou que foi o vice-diretor de Gestão de Emergências, Jorge Suarez, quem “apresentou esta ferramenta” e que sugeriu que “contactasse pessoas da sua equipa para escrever a mensagem”. Depois disso, foi explicado “quão complicado é o protocolo” e que, portanto, no momento do “impasse” ele decide usar sua famosa frase.

Falta de liderança

O Presidente do Conselho Provincial de Valência disse que os técnicos estavam encarregados da emergência e que nunca no passado “viu um político cumprir tal responsabilidade”. Portanto, a presença de um maçom em Checopee não teria mudado a situação: o problema não era “quem estava lá ou não, mas a informação recebida”. Esta informação, como comentou, é a que hoje se conhece e com base na qual ele pode afirmar que “tudo falhou”.

Respondendo a uma pergunta do deputado socialista Vicente Sarria sobre o momento em que tomou conhecimento da existência do falecido, Mompo lembrou que na manhã do dia 29 de outubro visitou várias vezes os municípios para saber a gravidade do caso e assistiu a várias operações de resgate. Em uma delas, ele notou um caminhão sem motorista, cuja morte seria conhecida posteriormente. Apesar disso, o Presidente admitiu que só às 12h30 do dia 30 de outubro é que tomou conhecimento da presença dos mortos.

Presidente do conselho provincial nega mentira e critica falta de ajuda do governo central

Uma das principais acusações contra os deputados foram as diversas versões que Mompo transmitiu diversas vezes. Em resposta aos deputados, disse que “nunca” mentiu, embora tenha “esclarecido” à juíza que ela sabia que a Garganta do Poyo inundou às 17 horas, o que era “impossível” saber na altura. Ele também nega ter dito que “não tinha a sensação” de que Salomé Pradas, a então ministra de gestão de desastres, estava encarregada da emergência.

Durante o seu discurso, Mompo criticou o facto de o governo de Pedro Sánchez não ter ajudado a Comunidade Valenciana face à “maior catástrofe natural” que ocorreu em Espanha: “Tenho a sensação de que as administrações não estão a cooperar como deveriam”, disse.