Outra razão é que as florestas exploradas são mais secas, mais quentes e mais ventosas do que as florestas intactas. Estas alterações nas condições climáticas e de humidade favorecem incêndios florestais mais graves. Uma terceira razão é que a estrutura das florestas que voltam a crescer após a exploração madeireira anterior promove o movimento do fogo da camada do solo para o sub-bosque e a copa, através de um mecanismo denominado combustíveis de escada.
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A indústria florestal argumentou que os seus trabalhadores são necessários para ajudar a combater os incêndios. Não há dúvida de que os empreiteiros madeireiros possuem habilidades excepcionais de combate a incêndios, especialmente no uso de maquinaria pesada. Mas não precisamos de derrubar florestas (e torná-las mais inflamáveis) para preservar estas competências críticas. Portanto, o que é necessário não é mais exploração madeireira, mas sim trabalho profissional de combate a incêndios em tempo integral para lidar com as ameaças de incêndio neste país.
Contrariamente às opiniões mal informadas nos meios de comunicação social, a ciência mostra claramente que proteger o Parque Nacional do Grande Koala é importante não só para animais como o coala, o planador-grande e muitas outras espécies, mas também para reduzir o risco de incêndio. Esta desinformação, espalhada em alguns meios de comunicação social, não só é um mau resultado para o ambiente, mas também está a colocar vidas humanas em risco nas zonas rurais da Austrália. A vida das pessoas é mais importante do que os interesses da indústria madeireira e dos sindicatos madeireiros.
O professor David Lindenmayer é um especialista líder mundial em ecologia florestal e gestão de recursos na Universidade Nacional Australiana.