novembro 25, 2025
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Poucas semanas depois de a presidente mexicana Claudia Sheinbaum ter sido vítima de um episódio de assédio sexual nas ruas, milhares de mulheres deverão marchar na terça-feira, 25 de novembro, Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres. O protesto não só marca esta data simbólica, mas é também uma exigência urgente face à violência estrutural. Segundo o Instituto Nacional de Estatística e Geografia (Inegi), no país, 7 em cada 10 mulheres (adolescentes e adultas) com mais de 15 anos já sofreram pelo menos um episódio de violência na vida, seja ela psicológica, sexual, física ou económica.

Existem algumas questões que têm estado no centro das lutas feministas e das mulheres no México. Entre os mais urgentes está a busca por justiça para as vítimas de feminicídios, desaparecimentos e agressões sexuais, crimes que continuam impunes. Outro ponto central é a exigência de um orçamento garantido para abrigos para mulheres e crianças vítimas de violência. As crescentes preocupações com a violência digital também estão no topo da agenda deste ano. Utilizar as redes sociais para assediar, caluniar ou ameaçar mulheres, partilhar imagens íntimas sem consentimento, perseguir de forma coordenada e, mais recentemente, criar deepfakes as agressões sexuais tornaram-se a nova fronteira dos ataques.

O cenário não é animador. Um relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) não só concluiu que quase uma em cada três mulheres no mundo sofreu violência sexual ou por parceiro íntimo pelo menos uma vez na vida (cerca de 840 milhões de mulheres), mas que o declínio deste tipo de violência tem sido “dolorosamente lento”, de apenas 0,2% anualmente nas últimas duas décadas.

Horário e percurso de março

O comício principal está marcado para as 15h00. na Glorieta de las Mujeres que Luchan, no Paseo de la Reforma. A mobilização está prevista para começar por volta das 15h30 com uma parada simbólica na Praça Palestina, na Alameda Central, e depois seguir em direção ao Zócalo da capital.

A National Shelter Network convocou um comício às 13h. em frente ao Palácio Nacional “pelo direito de viver sem violência”.

As seguintes estradas serão afetadas:

  • Paseo de la Reforma (entre Glorieta de las Mujeres di Lucian e Glorieta del Caballito);
  • Avenida Juárez;
  • Avenida 16 de Setembro;
  • Eixo central de Lázaro Cárdenas;
  • Avenida 5 de Maio;
  • Bairros do centro histórico;

Como costuma acontecer durante os protestos de mulheres, as autoridades da capital mexicana cercaram edifícios do Centro Histórico, como o Palácio do Nacimiento e a Catedral, com cercas de metal. O mesmo que algumas empresas no Paseo de la Reforma.

Na sua conferência desta segunda-feira, a Presidente Sheinbaum apelou a uma manifestação pacífica. A Presidente disse também que no dia 25 de novembro o seu governo, liderado pela Ministra da Mulher, Citlali Hernández, anunciará progressos na implementação de um plano abrangente para punir a violência sexual, que, entre outras coisas, propõe a homologação deste crime em todo o país.