A Procuradoria do Estado do México prendeu nesta segunda-feira em Ecatepec, no norte do território, Juan Manuel Maya, também conhecido como Maiao suposto líder de Los Mayas, uma gangue criminosa envolvida no comércio ilegal de canos de água em várias partes do estado mexicano, disse a agência em comunicado publicado online. As autoridades indicaram que El Maya, cuja idade não divulgaram, era um dos seus alvos prioritários.
A própria organização criminosa se autodenomina Somos maias, somos fortesembora as autoridades resumam o nome como Los Mayas. O grupo opera com adutoras de água em três municípios do norte do estado do México: Ecatepec, Acolman e Coalcalco. O Ministério Público realizou a operação em conjunto com o apoio do Ministro da Marinha e da Polícia Municipal de Ecatepec. Nele, as autoridades apreenderam armas, drogas, dois carros (um deles de luxo) e roupas semelhantes às das próprias autoridades oficiais.
Na sexta-feira passada, agentes do DOJ também prenderam Christian Jesus Castillo, JimmyChalco, vereador, que a agência também identificou como uma de suas prioridades. O responsável utilizou o Sindicato 22 de Outubro como organização de fachada para a distribuição e venda ilegal de água no território, e também praticou assaltos a vários locais onde existiam poços com água, de onde a extraíam para venda ilegal.
A prisão de Maya ocorre num momento de frustração entre os residentes do Estado do México, o território mais populoso do país, com 17 milhões de habitantes, onde a frustração com a escassez de água se intensificou nos últimos meses. É também um país onde este tipo de comércio ilegal é generalizado. A agitação em cidades como Ecatepec é agravada pelo desespero em outros lugares, como Nezahualcoyotl, onde moradores e comerciantes organizaram uma marcha na sexta-feira passada para exigir a revogação do mandato do seu prefeito, Adolfo Cerqueda.
O município de Ecatepec é uma das áreas problemáticas do país. Segundo dados de setembro do Instituto Nacional de Estatística e Geografia (Inegi), 84,4% dos seus moradores consideram a área insegura. Os dados fazem da cidade a segunda maior nos relatórios da agência, atrás apenas de Culiacán, em Sinaloa, onde a participação é de 88,3%. Apesar do alto percentual de Ecatepec, os dados mostram uma melhora em relação a junho, quando o percentual de moradores que consideravam a área insegura era de 90,7% (Culiacán também elevou esse número para 90,8%). O resto do Estado do México não está imune ao crime. Em maio, último recorde, o condado registrou 116 assassinatos, mais de 1.500 roubos e mais de 3.860 feridos.