novembro 25, 2025
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A introdução da folha de alumínio nas nossas casas revolucionou a prevenção de doenças de origem alimentar, fornecendo uma barreira eficaz contra bactérias, humidade, oxigénio e luz – quatro factores fundamentais que contribuem para a deterioração dos alimentos.

Garfos que antes de a folha de alumínio chegar às nossas cozinhas, preservar e transportar alimentos era uma tarefa muito mais difícil e por vezes até arriscada. Em tempos não tão distantes, as pessoas usavam métodos simples e naturais, mas limitados: embrulhavam os alimentos em folhas de vegetais como bananeira ou milho, usavam pano, papel encerado ou mesmo lama e cera para proteger o que queriam preservar.

Além disso, para cobrir os alimentos dentro das residências, os alimentos eram cobertos com trapos ou utilizavam-se recipientes nem sempre herméticos, resultando em perda de frescor, alteração de sabor e aumento do risco de contaminação.

Reservado para os mais poderosos

Antigamente, o alumínio não era conhecido como metal puro porque era muito difícil separá-lo dos minerais. Foi somente no século XIX, com a Revolução Industrial e os avanços da química e da eletroquímica, que o alumínio começou a ser redescoberto. Há muito que é considerado um metal precioso, quase tão valioso como o ouro ou a prata, devido ao elevado custo da sua extracção. Em algumas cortes reais, a presença de objetos de alumínio era um sinal de status e poder. Diz-se que Napoleão III serviu pratos de alumínio aos seus convidados mais ilustres e reservou pratos de ouro para a realeza.

Paul Héroux foi um dos principais cientistas na área de produção comercial de alumínio metálico. Sua principal contribuição foi o desenvolvimento, em 1886, de um método eficiente de extração de alumínio da bauxita por meio de um processo eletrolítico conhecido como Hall-Heroux, que produzia alumínio em maiores quantidades e com menor custo.

O metal que revolucionou a cozinha

Na década de 1910, enquanto o mundo ainda fervilhava com inovações na eletricidade e nos automóveis, os cientistas estavam ocupados explorando novos metais e seus compostos. Foi então que se deu atenção ao alumínio quando se descobriu que ele é resistente à oxidação, reflete o calor, distribui uniformemente a temperatura e, o mais importante, não transmite sabores estranhos aos alimentos, ao contrário de outros metais.

Agora restava a tarefa mais difícil: transformá-lo em lâminas finas, como uma camada de gelo, que também não se quebrasse. A ideia de embrulhar as sobras e cozinhá-las em alumínio parecia não só ridícula, mas também maluca.

Foi em 1913 que a empresa suíça Aluminium Manufacture introduziu pela primeira vez a folha de alumínio no mercado de embalagens de alimentos. Independentemente disso, o grande boom do uso doméstico levará algum tempo. Somente nas décadas de 1920 e 1930 é que a tecnologia para a produção de chapas finas e resistentes em grandes quantidades e a preços acessíveis foi aprimorada. O seu aparecimento no mercado foi, sem dúvida, um passo decisivo na revolução no armazenamento e conservação de alimentos.

Desde então, a folha de alumínio não só se espalhou pela Europa e América, mas também se tornou uma invenção indispensável em residências, restaurantes e indústria, com suas aplicações indo muito além da simples embalagem e atingindo áreas como medicina, eletrônica e construção.

Aliado do Meio Ambiente

Outro aspecto importante é que a folha de alumínio é um material facilmente reciclável e pode ser reciclada infinitamente sem perder suas propriedades físicas ou qualidade. A reciclagem do alumínio economiza até 95% de energia em comparação com a produção de novo alumínio a partir da bauxita, reduzindo assim as emissões de gases de efeito estufa e a pegada de carbono. Além disso, a reciclagem reduz a exploração dos recursos naturais e minimiza o acúmulo de resíduos em aterros sanitários.

Por outro lado, a folha de alumínio desempenha um papel importante na preservação dos alimentos, protegendo-os da luz, umidade, oxigênio e bactérias. Isso ajuda a prolongar a vida útil dos produtos e a reduzir o desperdício de alimentos, um dos maiores problemas ambientais da atualidade.

Por fim, a sua fabricação e processamento permitem maior versatilidade e eficiência no uso, pois pequenas quantidades de alumínio podem cobrir grandes superfícies, proporcionando uma proteção eficaz e leve que reduz a necessidade de embalagens mais volumosas ou poluentes. Assim, embora a folha de alumínio possa parecer um material simples, é uma solução ambiental sustentável e responsável, especialmente quando utilizada e reciclada corretamente.