Em Novembro de 2022, há três anos, soubemos que o mais importante arquivo visual espanhol da segunda metade do século XIX, instalado no Instituto do Património Cultural de Espanha (IPCE), estava em perigo devido à humidade: o sistema de ar condicionado do edifício tinha sido alterado. … edifício, após remodelações que custaram um milhão e meio de euros, e que colocaram em perigo a segurança de onze mil placas de vidro de colódio nas quais Jean Laurent registou para a posteridade vistas e monumentos e pessoas de toda a Espanha e Portugal, além de catorze pinturas negras de Goya fotografadas em 1874 antes de serem arrancadas da Quinta del Sordo, como nos contou Jaime G. Mora. O escândalo chegou à comunicação social graças a um técnico do IPCE que relatou a situação ao sindicato CSIF, e a partir daí chegou à imprensa: só então, após a informação do ABC, o Ministério da Cultura começou a instalar desumidificadores para reduzir a humidade. Já em novembro de 2024, uma investigação da Procuradoria da Província de Madrid constatou delitos menores cometidos por alguns funcionários do IPCE, mas encerrou o caso devido à expiração do prazo de prescrição. Pelo menos foi o que escreveram nos jornais.
Ao ler esta notícia, não pude deixar de pensar neste responsável, já à beira da demissão, que ficou indignado com a demissão do IPCE. Ele era aquela coisa rara, um servidor público que decidiu se levantar e denunciar um escândalo porque sabia onde estava a justiça e onde não estava. Isto não acontece com frequência em Espanha: agora entendemos porquê. Três anos depois, o Ministério da Cultura abriu um processo disciplinar relativo a questões laborais e salariais durante três anos e um mês. Acusam-no de não cumprir as tarefas que lhe foram atribuídas pelos seus superiores hierárquicos. O relatório foi assinado pelo vice-ministro nomeado pelo atual ministro da Cultura, Ernest Urtasun. “Eles foram atrás dele por expor o que estava acontecendo (…) isso é uma retaliação”, dizem do sindicato CSIF.
O tutor recebeu o estatuto de denunciante protegido pela Autoridade Independente de Proteção de Denunciantes, o que altera a sua situação. Enquanto você espera que o arquivo seja resolvido, a mensagem de Urtasun é clara: levantar a voz tem consequências. É por isso que ele não permite mais que nenhum diretor dependente do seu ministério fale sem permissão do seu departamento de relações públicas. No ABC continuamos à espera de uma entrevista com o atual diretor da Biblioteca Nacional de Espanha, solicitada há quase dois anos. Sobre o que o Ministro da Liberdade de Expressão gosta de falar.
Infelizmente, esta lei do silêncio opera em muitos órgãos governamentais. Esta é a única forma de explicar por que tivemos que tomar conhecimento do mau funcionamento das pulseiras antiabuso através do relatório anual da Procuradoria-Geral da República, e não através de uma queixa de um funcionário público indignado com a imperfeição da tecnologia. Os especialistas técnicos da Comet só começaram a falar quando o escândalo já havia chegado à mídia.
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