novembro 26, 2025
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Hoje celebramos o 50º aniversário da restauração da monarquia. O evento académico, realizado no âmbito do Congresso dos Deputados, serviu como um reconhecimento do papel desempenhado pelo Rei Juan Carlos I, bem como do desejo consenso e reconciliação que o povo espanhol demonstrou e que a Coroa alcançou a perfeição. A tarefa desempenhada pelo Rei Emérito juntamente com Torcuato Fernández Miranda e Adolfo Suárez conduziu ao maior período de paz e prosperidade que nós, espanhóis, vivemos na nossa história.

Tenho 50 anos e este espírito, que levou ao milagre espanhol que vivemos há meio século, deve ser restaurado hoje tendo o Rei como eixo do “acordo” e representante da unidade do território. Gosto da etimologia das palavras; Então, quando procuramos por significado acordo O Dicionário RAE fala sobre: acordo ou harmoniaPara entre diferentes pessoas ou grupos. Reconciliação, mundo.

Felipe VI insistiu que “uma Espanha democrática, mesmo que não seja um país, uma cidade ou um território, é uma grande ideia à qual vale a pena dedicar todos os dias da sua vida”. O acordo foi leitmotiv período de transiçãoo desejo de que o que aconteceu durante a ditadura “nunca mais aconteça”. Perante o apelo à harmonia, nós, espanhóis, devemos fazer o mesmo: procurar tudo o que nos une e deixar de nos concentrar nos elementos que nos dividem. O milagre da Transição tornou-se possível porque havia um medo oculto de uma repetição da Guerra Civil. Todas as partes fizeram concessões em prol da consolidação da democracia. Este consenso reflectiu-se na Constituição, que nos deu meio século de prosperidade e estabilidade.

Eu escrevo essas linhas e penso na palavra o tempo todo acordo Já estamos na celebração dos 50 anos da restauração da monarquia e sinto o estômago revirar a quase ausência do personagem principal: o rei Juan Carlos.. O Rei Emérito, tendo herdado de Franco os poderes executivo, legislativo e judicial, transferiu-os para o povo a fim de nos uniformizar com as monarquias parlamentares europeias.

Portanto, em prol da paz, da reconciliação e da harmonia, seria desejável que o homem que liderou a transição da ditadura para a democracia regressasse do seu exílio absurdo. Apelando à harmonia, talvez tenha chegado a hora de Don Juan Carlos, que tem passado despercebido nestes dias, voltar a viver no seu país. Na Espanha. Nós, espanhóis, queremos continuar no caminho do progresso e, para reforçar a ideia de focar em tudo o que nos une, talvez devêssemos encorajar o regresso daquele que nos uniu a Espanha. Pego emprestadas as palavras de Felipe VI, modifico-as um pouco e digo para mim mesmo: “esta é uma ótima ideia na qual vale a pena dedicar algum tempo”.