novembro 28, 2025
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pessoas pré-históricas Eles enfrentaram uma vida marcada pela sobrevivência e pela força física. Imagem tradicional atribuída Os homens caçam animais de grande porte e as mulheres fazem o trabalho doméstico. dominou a interpretação popular por décadas. No entanto, dados arqueológicos e etnográficos mostram que ambos os sexos compartilham habilidades importantes, psobreviver em um ambiente hostil.

Animais perigosos como mamutes, rinocerontes peludos ou grandes felinos exigiam velocidade, agilidade e resistência. O queessas qualidades eram características não apenas dos homensmas as condições gerais de toda a população poder deslocar-se, escalar ou mergulhar em busca de alimento favoreceu uma organização menos rígida do que se pensava.

Comunidades Antigas Compartilhavam Esforços e Habilidades Físicas

Estudo evolutivo publicado em 2025 liderado por George Brill ampliou essa visão analisando os custos e benefícios do movimento nas sociedades de caçadores-coletores. A equipe levantou a hipótese de que cada corrida, mergulho ou escalada envolvia uma pontuação entre a energia gasta e a recompensa recebida.

Os pesquisadores notaram que viajar por terra, embora energeticamente caro, pode fornecer mais calorias em longos períodos de caça. Em contraste, subidas curtas em busca de mel ou frutas exigiam um esforço especial, mas apresentavam um alto risco de queda fatal. Esta lógica evolutiva também influenciou o sucesso social: a habilidade em corridas ou mergulho poderia determinar a escolha do parceiro ou o acesso à liderança dentro de cada grupo.

A observação direta das comunidades atuais permitiu-nos verificar que estes comportamentos persistem em diferentes ambientes. No Oceano Pacífico, as mulheres Bajau, tal como os homens, passam horas a recolher peixes debaixo de água. Na África Central, entre os Mbuti, ambos os sexos sobem em árvores com mais de 20 metros de altura em busca de mel. Nos territórios árticos, as mulheres Inuit participam em movimentos de longa distância durante expedições de caça. Na Terra do Fogo, as mulheres Yamana eram nadadoras e mergulhadoras habilidosas, chegando ao ponto de ajudar homens que sofriam de hipotermia durante a pesca. Estes casos documentam a participação física conjunta que é mais consistente com a cooperação do que com a divisão de tarefas segundo linhas de género.

Estudo de Cambridge revela padrão de mobilidade global

O trabalho liderado por Brill na Universidade de Cambridge focou nesta ideia. Equipe examinou mais de 900 registros etnográficos de comunidades de caçadores-coletores. e encontraram padrões de atividade física distribuídos entre ambos os sexos. Os dados mostraram queTanto homens quanto mulheres praticavam caminhada de longa distância, corrida, escalada, natação e mergulho.com um nível semelhante de qualificações. Somente em certos casos, por exemplo, ao subir nas árvores mais altas ou em mergulhos profundos, é que eles apareceram. diferenças que favorecem os homens por razões culturais ou risco extremo. Os autores resumiram a sua conclusão numa frase: “Elevados níveis de versatilidade motora são comuns e geralmente igualitários”.

Relatório subsequente publicado em Anais da Royal Society B: Ciências Biológicas, expandiu os resultados originais. Confirmou que a mobilidade variada, seja por terra, água ou árvores, é uma característica universal dos caçadores-coletores, independentemente da temperatura ou do ecossistema. Além do mais, a atividade física tinha valor além da simples obtenção de alimentos.

Correr, escalar e nadar faziam parte de rituais, jogos ou práticas marciais, o que sugere ampla dimensão cultural en em torno do movimento. Segundo os autores, o comportamento locomotor humano baseia-se numa morfologia bípede estável ao longo de dois milhões de anos, mas com grande capacidade de adotar diferentes posturas e movimentos dependendo das necessidades.

As conclusões sobre a igualdade na actividade física abrem um debate sobre a interpretação histórica dos papéis das mulheres na pré-história. A análise comparativa mostra que a capacidade atlética não dependia do género, mas do contexto ambiental e da função económica de cada actividade. Nas sociedades que Brill e a sua equipa estudaram, a mobilidade serviu tanto para fornecer alimentos como para fortalecer a coesão do grupo. A pesquisa mostra que o movimento era a base da sobrevivência e que As mulheres participaram com a mesma intensidade que os homens..