novembro 28, 2025
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Os promotores da Cidade do México anunciaram a prisão de Jorge N., também conhecido como Patetaacusado de ser o suposto mentor do assassinato do advogado David Cohen em meados de outubro. Segundo a investigação do Ministério Público, o acusado é quem planejou, coordenou e pagou Hector N. e Donovan N., um de 18 anos e outro menor, pelo ataque ocorrido próximo ao tribunal da capital.

Após a recolha de provas, o Ministério solicitou e recebeu o correspondente mandado de detenção, o qual foi executado por agentes da polícia de investigação da zona de Del Gas, na Câmara Municipal de Azcapotzalco. Pateta foi transferido para a Prisão Correcional Masculina do Oriente, onde permaneceu à disposição da autoridade judiciária, que determinará sua situação jurídica. Tanto Hector N. quanto Donovan N. estão envolvidos no caso de homicídio premeditado e permanecem em prisão preventiva.

Cohen estava perto dos edifícios da chamada Cidade do Julgamento quando seu agressor, identificado como Hector N., atirou em sua cabeça e tentou escapar em uma motocicleta. O advogado de 48 anos ficou gravemente ferido com uma pancada na cabeça; apesar dos esforços dos médicos, ele foi hospitalizado e faleceu nos primeiros minutos desta terça-feira.

O último anúncio no caso foi que os dois jovens presos estavam envolvidos em pequenos crimes, como tráfico de drogas, mas não tinham ligações criminosas. O depoimento de ambos revelou a existência de um suposto recrutador. Patetaque contrataria os agressores, prometendo-lhes entre 30.000 e 50.000 pesos por matar Cohen, ou seja, cerca de 2.000 dólares.

O Ministério Público explicou então que o atirador agiu em conjunto com um cúmplice, que, aparentemente, atuou como intermediário entre os clientes e o seu executor. Dois dias depois, a Secretaria de Segurança da Cidade do México anunciou a prisão de Donovan. N por envolvimento no assassinato de um advogado, conforme anunciado online pelo chefe da agência, Pablo Vázquez. O jovem, cuja idade não foi especificada, foi descrito como “mais um dos supostos perpetradores”.

O advogado de 48 anos foi casado há 11 anos e tinha três filhas pequenas. Dentro do sindicato, Cohen era conhecido por seus mais de 15 anos de trabalho na cooperativa Cruz Azul, conglomerado empresarial que possuía uma fábrica de cimento e um time de futebol. Uma longa disputa se transformou em guerras entre seus parceiros, que terminaram com seu último homem forte, Guillermo. Billy Alvarez está preso, acusado de fraude e crime organizado, entre outras acusações. “Se eu tivesse que apostar, diria que o ataque está relacionado com esta questão”, afirma o citado advogado, que prefere não revelar a sua identidade por questões de segurança.

Embora se tenha tratado de um ataque directo, vários especialistas estão cépticos quanto à linha principal da investigação do Ministério Público, que aponta para o acerto de contas por parte do crime organizado com um demandante especializado em questões comerciais e administrativas. Fontes de segurança dizem que Cohen não era conhecido na profissão jurídica e não fazia parte do crime organizado; ou participação em casos em que causou danos a célula criminosa que atuava na capital. “O que as autoridades dizem não faz sentido para mim. São personagens completamente anónimos, que não são chefes de área nem assassinos contratados. Não têm antecedentes criminais significativos. São assassinos novatos de baixa patente”, acrescenta David Saucedo, especialista em segurança.

Outra linha de investigação que ganhou força nas últimas semanas é a ligação de Cohen a Rafael Guerra, presidente do Supremo Tribunal da Cidade do México, que foi recentemente reeleito para esse cargo.

Três advogados consultados por este jornal confirmam que o demandante era próximo de Guerra, que também era ex-advogado do ex-presidente Andrés Manuel López Obrador. Segundo algumas versões, Cohen estava na chamada Cidade Judiciária no dia de sua morte para se reunir com o magistrado para fins políticos. Guerra estava em campanha para a reeleição como presidente do mais alto poder judiciário para um novo mandato que vai até 2027. Após o assassinato, o gabinete de relações públicas do TSJ informou que o juiz presidente estava em reuniões de trabalho com representantes sindicais e com o órgão administrativo enquanto Cohen estava no edifício. “Não houve reunião, nem reunião informal, nem conversa. entre Cohen e Guerra”, enfatiza o comunicado.

Saucedo observa que Cohen ajudou Guerra em sua campanha de reeleição no TSJ. “Advogados e pessoas que conheceram Cohen dizem que sabiam que ele estava dando algum tipo de conselho de apoio a Rafael Guerra. Neste contexto, alguém que se opusesse a isso decidiria matá-lo como uma espécie de mensagem siciliana, como fez a máfia ítalo-americana nos Estados Unidos”, explicou por telefone. A expectativa é que, com a prisão de El Goofi, o ministério consiga esclarecer o caso e descobrir os motivos do assassinato do denunciante.