dezembro 1, 2025
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Segundo La Verdada, o retorno do S-81 Isaac Peral a Cartagena após seu envio à OTAN confirmou características técnicas que os comandantes entrevistados disseram não estar incluídas em documentos operacionais anteriores. A própria Marinha vazou isso por meio de relatório público do quartel-general: o submarino apresentava assinatura acústica inferior ao esperado durante a fase de avaliação operacional, fato que despertou o interesse do Comando Marítimo Aliado (MARCOM).

A missão, realizada durante 45 dias nas águas do Mediterrâneo central e oriental, submeteu o S-81 a cenários de detecção, rastreamento e transmissão de inteligência. Fontes militares observam que em áreas de alta densidade, especialmente nos corredores guardados pela Grécia e Itália, o submarino espanhol alcançou um nível de privacidade semelhante ao de unidades mais maduras da NATO. Esse resultado surpreendeu os analistas aliados, que esperavam uma margem de ruído um pouco maior no novo modelo.

O que o S-81 realmente demonstrou na sua primeira missão na OTAN?

Seu comportamento acústico e energético, dados que o MARCOM não esperava

Parâmetro Valor
Horas de mergulho Mais de 800 em 45 dias
Miles estava viajando Mais de 5.000 no teatro da OTAN
Dados ocultos detectados Assinatura acústica inferior ao esperado em avaliação semelhante

O cerne da implantação foi um exercício anti-submarino envolvendo fragatas italianas e gregas equipadas com casco e sonar de potência variável. Oficiais dessas marinhas disseram em reuniões técnicas que a dificuldade de detecção do S-81 era “maior do que o esperado”, segundo fontes que participaram dos briefings. A vantagem deveu-se em parte ao sistema de propulsão diesel-elétrico otimizado e ao design hidrodinâmico do casco, refinado durante recentes testes no mar.

Novo submarino em áreas de maior presença russa

  • O Centro de Inteligência Naval da OTAN registou mais de 60 movimentos de unidades russas no Mediterrâneo Oriental em 2024, um aumento de 15%, estimam analistas norte-americanos do CRS.

Neste ambiente denso, o S-81 participou em missões de vigilância discretas perto de rotas críticas. Um porta-voz do Comando de Submarinos Espanhol comentou – segundo fontes internas em 2025 – que a plataforma demonstrou “uma margem inesperada de autonomia em perfis de baixa velocidade”, uma característica fundamental quando se trabalha com sensores passivos. Esta autonomia é um dos elementos que as equipas da NATO pediram para considerar durante o próximo exercício de interoperabilidade.

O que isto significa para a estratégia de Espanha e da NATO no Mediterrâneo?

Produtividade que chega na hora certa

  • O Pentágono, no seu relatório de mobilidade marítima de 2024, lembrou que o Mediterrâneo é um “teatro de competição silenciosa” e que a NATO precisa de plataformas furtivas para monitorizar cabos, rotas energéticas e movimentos de terceiros.

As características do S-81 acrescentam um novo vetor para a Marinha Espanhola. Com apenas dois submarinos operacionais na última década, a Espanha reduziu o seu peso efetivo na rotação da OTAN. Esta implantação muda o guião: o MARCOM manifestou informalmente interesse em incluir o S-81 no ciclo de vigilância reforçada do Mediterrâneo Central. Fontes aliadas observam que, se a curva técnica continuar, a Espanha poderá assumir um papel mais estável nas operações secretas de inteligência, em linha com os padrões da OTAN.

A futura introdução do AIP no S-82 Narciso Monturiol aumentará esta oferta. Os analistas da RAND observaram desde 2023 que os submarinos AIP convencionais mantêm vantagens significativas em cenários litorâneos onde a privacidade supera até mesmo a cautela de alguns submarinos quando operam em águas rasas. Pela primeira vez, a Espanha conseguiu ocupar o seu lugar no competitivo segmento tecnológico do Mediterrâneo.

Porque é que esta implantação altera a posição de Espanha no flanco sul?

  • De acordo com cálculos internos da Marinha divulgados em 2024, o S-81 fornece 2,5 vezes mais horas de vigilância discreta do que o antigo S-70.

A OTAN está a avaliar quais as unidades que podem ajudar os submarinos alemães e italianos em determinadas áreas de alta densidade. As manobras do S-81 nos corredores entre Creta e a Sicília, onde o ruído de fundo dificulta a detecção, demonstraram que Espanha oferece mais uma vez uma plataforma capaz de manter uma presença persistente. Isto coincide com o aumento dos fluxos russos em direção a Tartus e com a crescente importância da proteção dos centros energéticos submarinos na bacia oriental.

A implantação também deixa um sinal interno: a Navantia e a indústria do S-80 Plus agora têm o primeiro pacote de dados real no teatro. Funcionários do estaleiro disseram em 2024 que o treinamento operacional do S-81 será integrado à configuração S-82 e S-83, particularmente em arquitetura acústica e gerenciamento de energia. A experiência prática combinada com os requisitos da NATO acelera o processo de maturidade do programa.

Para a Espanha o resultado é óbvio. O S-81 deixa de ser um protótipo operacional e passa a ser um recurso da OTAN que já atrai interesse técnico. Para a Aliança, isto significa incluir um submarino que fortalecerá o seu flanco sul numa altura em que o Mediterrâneo se consolida mais uma vez como uma área de grande competição de poder. Com assinatura abaixo do esperado e desempenho discretamente comprovado, o Isaac Peral coloca a Marinha Espanhola de volta no mapa dos submarinos Aliados.