dezembro 1, 2025
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Uma denúncia anónima alertando que uma mulher poderia ser detida contra a sua vontade, no dia 7 de outubro, permitiu à Guardia Civil desmantelar uma rede de exploração laboral que operava no município sevilhano de Marchena (19.400 habitantes) e que mantinha 14 mulheres em escravatura. Trabalhavam sem documentos na colheita de azeitonas e duas delas também foram agredidas sexualmente. Os investigadores prenderam seis pessoas por supostos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, participação em gangues e violações de direitos trabalhistas.

Como é típico nestes casos, a organização recrutou mulheres nos seus países de origem (todas na Europa de Leste, segundo fontes familiarizadas com a investigação), levando-as a acreditar que vinham para Espanha para colher azeitonas com condições de trabalho estáveis ​​​​e dignas. Assim que chegaram a Marchena, ficaram sujeitos a uma dívida inicial de 2.000 euros, que aumentava semana a semana, “criando um mecanismo de escravidão por dívida que impossibilitava a sua libertação”, indicam as mesmas fontes.

As mulheres não receberam documentos e foram utilizadas violência física e ameaças para forçá-las a trabalhar horas intermináveis ​​e por salários muito mais baixos do que o acordado. Para garantir que não escapavam, garantiram-lhes que, se tentassem fugir ou denunciassem a sua situação, seriam transportados para a Alemanha para exploração sexual.

Dois deles, além de terem sido abusados ​​fisicamente e presos, também foram abusados ​​sexualmente por um dos membros de gangues, todos também de países do Leste Europeu. Os detidos foram levados à justiça

A operação culminou no dia 3 de novembro, após pouco menos de um mês de estreita vigilância por parte da equipa da EMUME, integrada na Unidade Orgânica de Polícia Judiciária do Comando da Guarda Civil de Sevilha. Durante este período, os agentes confirmaram que, além dos abusos físicos e sexuais e da falta de liberdade, as mulheres foram obrigadas a viver numa casa “que apresentava duras condições de vida”.